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“É natural que o Brasil e os Estados Unidos nem sempre concordem”, afirma a nova embaixadora do Brasil em Washington

O presidente Lula será representado pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A nova embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti, garante que os ruídos provocados por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da guerra na Ucrânia já se dissiparam. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que nem sempre os dois países, as maiores potências das Américas, concordarão. Leia a seguir trechos da conversa com a primeira embaixadora brasileira nos EUA.

– Como o Brasil deve lidar com a pressão ocidental contra a Rússia na guerra da Ucrânia? “Se houve algum ruído na comunicação, isso já se dissipou. Depois da visita do presidente à China, houve uma série de contatos entre o ministro Mauro Vieira e seu homólogo, entre o embaixador Celso Amorim e seu homólogo americano. As posições brasileiras puderam ser esclarecidas. Temos uma posição muito clara. Condenamos a invasão da Ucrânia, como não poderia deixar de ser, porque é uma violação do direito internacional e da Carta da ONU. Mas, ao mesmo tempo, temos insistido na importância de um esforço pela paz. Essa nossa insistência na diplomacia tem gerado a interpretação de que estamos tomando partido, o que não é o caso.”

– As declarações de Lula não causaram danos?Não. Continuamos a ter contatos normais, visitas de alto nível, consultas da embaixadora Maria Laura da Rocha (secretária-geral do Itamaraty, em viagem a Washington) positivas, em clima afável e muito cordial.”

– Como reagir ao funcionário da Casa Branca que comparou Lula à figura de um papagaio que repete a propaganda russa?O importante é manter sempre o diálogo, poder esclarecer nossas posições. Há uma compreensão para o fato de que o Brasil nem sempre vai concordar, ter uma identidade de posições com os EUA. E isso é normal numa relação entre dois países soberanos, com seus próprios interesses. É natural que não haja uma identidade perfeita de condições. Brasil e EUA nem sempre concordarão.”

– As relações entre Brasil e EUA completam 200 anos em 2024. Qual o futuro desse relacionamento?Estamos num momento muito estimulante, porque são relações sólidas e consolidadas. Ainda assim, há uma disposição dos dois lados para fazer essa relação crescer e se dinamizar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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