A prisão de Eduardo Cunha, 11 dias antes das eleições, surge como uma espécie de contraponto a muitos descrentes. Achando estava instalada a República da Impunidade, votaram em branco, anularam ou se abstiveram. Porém, atropelar procedimentos legais nunca foi o melhor caminho. O voo de Cunha para Curitiba, ontem, comprovou que o ex-parlamentar não ficará impune. Terá de explicar em detalhes a alquimia que o levou à mina de ouro que acumula 220 milhões de reais.
EQUILIBRANDO
O presidente Michel Temer vai pondo nos pratos da balança: medidas amargas, votações favoráveis no Legislativo e indicadores revelando que é positivo o humor da Economia. Quanto à oposição, está sem rumo, após a crise que ela mesma provocou.
TROCA DE PAPÉIS
Gleisi Hoffmann, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, não gostou da redução de 0,25 por cento na taxa de juros. Por meio de nota, orientou: “Precisamos de mais ousadia!” Quando esteve no poder, não se mexeu.
NÃO FALAM EM MORDIDAS
A maioria das prefeituras tem as contas esfaceladas e os eleitos correrão atrás de fórmulas que engordem as receitas. Por enquanto, nenhum anunciou a possibilidade de aumentar impostos.
Justiça fiscal pode ser tudo, menos raspar até o fundo do tacho dos que não têm. Administrar com dinheiro fica fácil. Difícil é a gestão que confira produtividade, desempenho e qualidade.
TIME DO NÃO
O Executivo estadual pediu aos deputados aliados na Assembleia Legislativa que não acrescentassem uma linha ao orçamento de 2017. O PSDB entrou na contramão, protocolando 89 emendas. A alegação dos tucanos: em 2015, o governo só aprovou emendas das bancadas da oposição. Agora, não quer ver apenas os adversários políticos favorecidos.
REFORÇO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vai cumprir o que prometeu: estará sábado em Santa Maria, participando da campanha de Jorge Pozzobom à Prefeitura. A visita foi combinada em fevereiro deste ano.
HÁ 50 ANOS
Lembrete para quem acha que a Democracia é dispensável: a 20 de outubro de 1966, o governo federal publicou o Ato Complementar 23, impondo o recesso do Congresso Nacional por um mês. Durante o período, o presidente da República ficava autorizado a baixar decretos-leis em todas as matérias previstas na Constituição.
RÁPIDAS
* A cada campanha eleitoral, surgem os termocéfalos. A palavra, de origem espanhola, define a pessoa de cabeça quente que não mede as consequências do que fala.
* Votos nulos e brancos, além das abstenções, são reações de contrariedade que não resolvem nada.
* Previsão do tempo na reta final: nuvens carregadas, raios aterradores e chuva de canivetes direcionada para fulminar o adversário.
* Os jornais noticiaram, a 20 de outubro de 2003, que sonegadores e inadimplentes deviam 11 bilhões de reais ao governo do Estado. Hoje, são 40 bilhões.
* Ao criarem um mundo virtual, candidatos ficam devendo direitos autorais a Pinóquio.