Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Ali Klemt | 22 de dezembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O que há com essa época do ano que nos deixa assim, tão reflexivos? É como se cada um de nós chegássemos em um patamar ao qual todos fazem jus e no qual podem se dar ao luxo de refletir sobre erros e acertos, sobre ganhos e perdas e, enfim, estabelecer novos propósitos para o ano vindouro. Que coisa boa, né? Precisamos estar todos aptos a …refletir!
Mas o Natal…o Natal me intriga. Uma festa calcada em uma fé religiosa e que acabou se tornando um dos carros-chefe da cultura ocidental. Não importa qual é a sua religião, se você é ocidental e não curte o Natal, boa gente não é. Algo do gênero. Não é minha opinião, é apenas o senso comum sobre a estranheza alheia.
Porque o Natal transcendeu à crença e virou cultura. Enraizada em nossa história, cada um de nós recorda da espera pelo Papai Noel, da expectativa dos presentes, do tédio com a dinâmica familiar (só o tempo nos ensina o quanto isso é valioso), da ansiedade com a proximidade da data. Porque cultura é isso, é um sonho, uma história, uma expectativa e uma lembrança coletiva e compartilhada, continuamente, a fim de que se perpetre de geração em geração. E são os ritos que servem como alicerce para a construção da cultura.
Aqui em casa temos o Elfo. Ele surge junto com a árvore de Natal e se esconde pela casa, trocando de esconderijo, diariamente, sempre atento aos acontecimentos familiares. Até hoje, não decidimos o quão relevante o Elfo é na definição dos presentes (ou de qualquer outra coisa), mas fato é que o Natal sem ele não tem a mesma graça. Porque ele tá parte de nós. Da nossa história.
E taí o segredo. A criação de rituais familiares. Se você, assim como eu, acredita que a família é a base de tudo, você há de concordar que são esses momentos que criamos que fazem a diferença. Se a adolescência nos ensina a odiar a família, a maturidade nos atira à realidade de que, apesar de tudo, esse se lugar no mundo é maravilhoso. Se não for tóxico, claro.
Sou uma mulher na meia-idade totalmente bem resolvida. Ou nem tanto. Mas mais que isso, sou uma pessoa saudosa dos ritos da minha infância, e sedenta por replicar aquilo que forjou boa parte do meu ser. Se o Papai Noel existe? Não sei. Você dúvida? O fato de não o tê-lo visto não significa que ele não exista. Talvez seja como a eletricidade. E o fato incontestável é de que a vida é muito, muito melhor com os seus rituais do que sem eles. Cabe a nós crescermos e evoluirmos no seu entorno e, assim fazer a história. E passá-la adiante.
@ali.klemt
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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