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Colunistas É o pobre, estúpido! É a lógica, estúpido!

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Um grupo de WhatsApp criou inclusive uma figurinha minha.

Foto: Divulgação
Um grupo de WhatsApp criou inclusive uma figurinha minha. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Dia desses deu uma “treta” nas redes sociais. Um jornalista da GloboNews, explicando o aumento da popularidade de Bolsonaro no Nordeste durante o período de recebimento dos R$ 600, disse: “se eu tivesse que resumir em uma frase, diria: é o pobre, estúpido”.

Na verdade, como a malta não compreende ironias ou “entrelinhas”, logo se espalhou a notícia de que o jornalista teria ofendido os pobres.

Ora, o jornalista apenas repetiu um meme produzido por um marqueteiro do então candidato Clinton à Casa Branca. Clinton dizia que não tinha chance de vencer. Afinal, Bush tinha vencido a guerra do golfo há pouco. Uma pesquisa indicava a aprovação de 92% para Bush.

Então o marqueteiro disse que Bush não venceria. Por quê? Por causa da recessão econômica de então. “- É a economia, estúpido”. A frase virou um “snowclone” – usada em vários contextos. E passou a ser adaptada. Na sátira britânica The Thick of It. It’s the Everything (É o tudo, idiota). Era uma gozação geral.

Por aqui, eu usei um “snowclone” durante os três anos em que lutamos a favor da presunção da inocência. Um grupo de WhatsApp criou inclusive uma figurinha minha.

Dizia eu: por que temos chance de vitória? Por quê? É a Constituição, estúpido. Simples assim.

Pois o injustiçado jornalista da GloboNews, malhado nas redes, apenas repetiu o snowclone e disse: É o pobre, estúpido. Não, ele não disse “é o pobre estúpido”.

Ele pôs a virgula. Mas a malta leu direto, emendando.

Algo como o oráculo. Sempre que um soldado ia à guerra, ele e a esposa consultavam ao oráculo, que dizia:  Ibis redibis non peribis íbis (irás, retornarás, não perecerás lá). Passado um tempo, a esposa descobriu que o marido morrera na guerra. Foi reclamar no Procon contra a mentira do oráculo. A defesa do oráculo foi simples. “— Você não sabe nada de hermenêutica. Eu disse Ibis, redibis non, peribis íbis (irás, retornarás não, perecerás lá).”

É o oráculo, estúpido. São as vírgulas, estúpido!

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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