Até pouco tempo, não havia muito o que fazer na hora de comprar um smartphone: ou você gastava muito para adquirir um modelo top de linha ou se contentava com um aparelho bem mais em conta, mas sem aqueles recursos que impressionam os amigos. Agora, a situação mudou. Com cada vez mais gente usando smartphones, os grandes fabricantes passaram a oferecer opções intermediárias, que não apresentam um acabamento tão sofisticado, mas cujo desempenho não deixa nada a desejar, com a vantagem de não pesar tanto no bolso.
Produtos elogiados internacionalmente.
Esse pelotão médio é reforçado por marcas pouco conhecidas no Brasil, mas cujos produtos são elogiados em outros países, onde respondem por uma fatia significativa do mercado. É o caso da Xiaomi (pronuncia-se xáu-mí), que desembarcou no Brasil no fim de junho. A companhia chinesa é líder em seu país de origem, o maior mercado de celulares do mundo. No segundo trimestre, por exemplo, os chineses consumiram, sozinhos, 100 milhões de smartphones de todas as marcas.
A comparação entre um iPhone, da Apple, e um modelo avançado da taiwanesa Asus mostra que as configurações podem ser semelhantes, a despeito de preços muito diferentes. Um iPhone 6 com câmera de 8 megapixels, tela de 4,7 polegadas e 1GB de memória RAM (aquela usada para acessar os aplicativos) custa 3,5 mil reais no Brasil. O recém-lançado Zenfone 2, da Asus, oferece uma câmera melhor, de 13 megapixels; uma tela maior, de 5,5 polegadas; e 4 gigabytes de memória, tudo por 1,3 mil reais. Ou seja, dá para comprar quase três Zenfones pelo preço de um iPhone 6.
A Motorola lançou há pouco tempo a terceira geração de duas linhas médias – o Moto G e o Moto X. O primeiro, com tela de 5 polegadas, câmera de 13 megapixels e 2GB de RAM, custa a partir de 899 reais. O Moto X Play tem tela maior – de 5,5 polegadas –, a mesma quantidade de memória RAM, e uma câmera muito superior, de 21 megapixels. Os valores ficam entre 1,4 mil reais e 1,5 mil reais. Para comparar, o Galaxy S6, o modelo mais sofisticado da Samsung, tem tela de 5,1 polegadas, câmera de 16 megapixels e 3GB de RAM – mas o preço chega aos 2,9 mil reais.
Para o consumidor de menor poder aquisitivo, principalmente aquele que está comprando seu primeiro smartphone, mesmo o valor médio dos aparelhos intermediários é alto. O teto, para esse público, chega, no máximo, a 600 reais. Mas para quem já busca um produto com mais recursos, valores de até 1,5 mil reais são vistos como um bom negócio.