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Colunistas E se amanhã eu não estiver mais aqui

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É triste pensar que muitos de nós só damos valor ao presente quando ele se transforma em passado

Foto: Divulgação
É triste pensar que muitos de nós só damos valor ao presente quando ele se transforma em passado. (Foto: Divulgação)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Às vezes, no silêncio da noite, enquanto o mundo dorme e os sonhos dançam em suas cabeças, eu me pergunto: “E se amanhã eu não estiver mais aqui?”

Este pensamento me invade como um vento gelado em um dia ensolarado, trazendo à tona a fragilidade da vida e a certeza de que tudo pode mudar em um instante.

Eu sei que isso pode até parecer um clichê, principalmente nesta época do ano, mas, se pararmos e pensarmos, a vida nada mais é do que um grande clichê…

Refletindo sobre o ciclo da vida, percebo que passamos por tantas fases, aprendemos tantas lições e lutamos tanto para alcançar nossos objetivos, chegando ao auge da beleza de nossa juventude, do sucesso e das nossas ambições pessoais e profissionais. Mas, em meio a essa corrida incessante, esquecemos que a linha de chegada pode ser mais efêmera do que imaginamos…

Quem vai cuidar do meu cachorro? Aquela bolinha de pelos que me recebe com amor incondicional todos os dias. Ele é mais do que um animal de estimação. É um amigo leal que merece cada momento de atenção e carinho.

E as contas? Quem vai pagá-las? O aluguel que chega todo mês sem aviso prévio, como um lembrete cruel de que a vida continua, mesmo quando nós não estamos mais presentes.

E se eu pudesse transformar essas obrigações em celebrações das conquistas que elas representam?

E meus filhos? Meus pais, que já estão idosos? Quem vai cuidar deles? Aqueles pequenos seres que carregam um pedaço de mim em seus corações. Eu me pergunto se eles saberão lidar com a ausência e encontrarão conforto nas memórias que deixei.

E meus pais, então? Que me criaram com tanto carinho e amor; ainda tenho tanto a fazer por eles para retribuir tudo o que fizeram por mim… Que legado posso deixar para eles além das palavras?

E o negócio que levei tantos anos para construir: minha carreira, meu nome Cada projeto tem uma história, cada conquista é parte de um sonho coletivo.

E aquele empreendimento que é uma extensão da minha própria vida! Quem vai zelar por ele quando eu não puder mais?

Aquela obra de reforma que estou cuidando com todo meu suor e dedicação… Quem vai zelar por ela quando eu não puder mais?

Olho ao redor e vejo aquelas pequenas tarefas inacabadas: a grama que deixei de cortar porque “amanhã é dia”, a parede que nunca pintei por falta de tempo ou coragem.

Aquele abraço que sempre adiei para depois, aquele “eu te amo” sussurrado apenas na mente.

O tempo escapa pelos meus dedos como areia fina, e muitas vezes fico adiando o que realmente importa.

E se eu soubesse que é meu último dia na Terra? Será que eu correria atrás para resgatar tudo isso, ou simplesmente entraria em uma depressão profunda?

É triste pensar que muitos de nós só damos valor ao presente quando ele se transforma em passado.

A vida é feita de momentos fugazes – cada risada compartilhada, cada olhar de cumplicidade.

E se amanhã eu não estiver mais aqui? O que deixarei para trás além de lembranças e uma pilha de coisas por fazer?

Estava refletindo neste final de ano, quando é comum que muitos percam suas vidas em acidentes ou outras tragédias inesperadas…

Por isso, convido você a refletir sobre o agora… Abrace quem ama com fervor, cuide do seu cachorro como se fosse o último dia juntos.

Pague suas contas com gratidão pela oportunidade de ter um lar seguro e acolhedor. Diga aos seus filhos, pais e amigos o quanto você os ama e como eles são especiais; valorize cada pequeno instante como uma dádiva.

Porque, no fim das contas, o verdadeiro legado não está nas conquistas materiais ou nos sucessos profissionais, mas nas memórias construídas com amor e na coragem de viver plenamente cada dia.

Afinal, quem sabe o que nos espera no amanhã? Então, vamos viver hoje como se fosse o último dia de nossas vidas.

E assim eu sigo pensando: e se amanhã eu não estiver mais aqui…

Que ao menos minhas palavras ecoem no coração daqueles que amo e quero bem…

E que cada “e se” possa se transformar em um “eu vivi, eu fiz” doravante em nossas vidas, porque é na fragilidade do agora que encontramos a força para eternizar nossos sonhos.

(Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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