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“É uma injustiça comigo, meu Deus do céu!”, diz Bolsonaro sobre o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral

Intenção é incluir uma emenda ao texto que possibilite a candidatura de Bolsonaro à Presidência da República em 2026. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como uma “injustiça” a possibilidade de ficar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se condenado, Bolsonaro ficará inelegível por 8 anos. O ex-chefe do Executivo disse não se arrepender do encontro com embaixadores que motivou a ação do PDT em análise pela Corte eleitoral.

“É um absurdo o que estão fazendo. Estão procurando pelo em ovo”, disse. “É uma injustiça comigo, meu Deus do céu.”

As declarações foram dadas no Aeroporto de Brasília, antes de embarcar para o Rio de Janeiro nessa quinta-feira (29). A data marcou a retomada do julgamento sobre a ação no TSE.

O ex-presidente também negou ter se encontrado com o ministro do TSE Kassio Nunes Marques, nome indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro voltou a repetir críticas feitas por políticos de esquerda às urnas eletrônicas.

“A esquerda quer uma eleição em 2026 sem concorrente, um WO”, afirmou. “Está dispensada a eleição de 2026, sem um concorrente à altura. Seria eleger o Lula por aclamação.”

Bolsonaro disse não se arrepender da reunião com os embaixadores e que tudo aquilo foi uma resposta ao ministro do STF Edson Fachin, que se reuniu com diplomatas meses antes para defender o sistema eletrônico de votação das urnas. “Não tem nada demais minha a reunião minha com embaixadores. É uma política privativa minha”, disse.

Votação adiada

Após o voto do ministro André Ramos Tavares, que foi a favor da condenação e inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspendeu a sessão dessa quinta e deve retomar o julgamento nesta sexta-feira (30), por volta das 12h.

O placar do julgamento tem 3 votos a favor da condenação e inelegibilidade e 1 voto contra. Além de André Ramos Tavares e Floriano Azevedo, o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, votou pela condenação. O ministro Raul Araújo foi contrário.

Os quatro ministros que votaram até agora defenderam a absolvição do então candidato a vice, Walter Braga Netto. Restam os votos dos ministros Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por último, Alexandre de Moraes, que serão lidos na sexta. A maioria para fixar qualquer entendimento é atingida com quatro votos.

Bolsonaro é julgado pela reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro foi transmitido pela TV oficial do governo.

Na reunião, realizada às vésperas do início do período eleitoral no ano passado, o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes.

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