Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2024
O eclipse solar total dessa segunda-feira (8), não foi visível do Brasil. Apenas algumas áreas da América do Norte conseguiram presenciar o fenômeno em sua totalidade, que teve início na parte continental dos Estados Unidos por volta das 15h.
Segundo a Agência Aeroespacial americana (Nasa), o eclipse prometia ser mais empolgante e atingir mais pessoas da América do Norte do que o último que passou pela região, em 2017. O evento provocou o deslocamento de milhares de pessoas para o chamado caminho do eclipse solar total.
O fenômeno não é tão raro. Mas, como ocorre em uma faixa de no máximo 360 km, se torna uma oportunidade única na vida.
Escuridão fria
Uma escuridão fria ao meio-dia caiu sobre a América do Norte nessa segunda-feira, enquanto um eclipse solar total atravessava o continente, emocionando aqueles que tiveram a sorte de contemplar o espetáculo em um céu limpo.
As luzes das ruas se acenderam e os planetas foram vistos, enquanto a Lua encobria o Sol por alguns minutos. Os cães uivaram, os sapos coaxaram e algumas pessoas choraram, tudo parte da mania do eclipse que tomou conta do México, dos Estados Unidos e do Canadá.
Quase todo mundo na América do Norte pôde ver pelo menos um eclipse parcial. Foi o maior público de eclipses do continente de todos os tempos, com algumas centenas de milhões de pessoas vivendo no caminho da sombra ou próximo a ele, além de dezenas de pessoas de fora da cidade de Mesquite, no Texas, que se reuniram para vê-lo.
Com o próximo eclipse de costa a costa previsto para daqui a 21 anos, a pressão era grande para ver o fenômeno desta segunda-feira. As nuvens cobriram a maior parte do Texas quando o eclipse solar total solar total começou sua diagonal, que partiu da costa mexicana no Pacífico, em sua maior parte limpa, e seguiu apontando para o Texas e outros 14 Estados dos Estados Unidos, antes de sair pelo Atlântico Norte, perto de Newfoundland.
Em Georgetown, Texas, o céu abriu bem a tempo de dar aos espectadores uma visão clara. Em outros pontos, o eclipse brincou de esconde-esconde com as nuvens. “Tivemos muita sorte”, disse Susan Robertson, moradora de Georgetown. “Mesmo com as nuvens é bom porque quando o tempo abre é Uau!”, afirmou.
“Nunca ‘desverei’ isso”, disse Ahmed Husseim, de Austin, que tinha o eclipse em seu calendário há um ano.
A leste de Dallas, as centenas de pessoas reunidas no centro da cidade de Mesquite aplaudiram e assobiaram quando as nuvens se dissiparam nos últimos minutos antes da totalidade.
Quando o sol finalmente ficou encoberto, a multidão ficou mais barulhenta, tirando seus óculos de eclipse para absorver a vista inesquecível da coroa solar.
Para o espetáculo de segunda-feira, o norte da Nova Inglaterra e o Canadá tinham as melhores chances de céu limpo.
Holly Randall, que assistiu de Colebrook, New Hampshire, disse que a experiência do eclipse foi além de suas expectativas. “Eu não esperava chorar quando o vi”, disse ela, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.
Quando a escuridão da totalidade chegou à cidade turística mexicana de Mazatlán, os rostos dos espectadores eram iluminados apenas pelas telas de seus celulares.
A incerteza do clima, que pendia para o precipício, aumentava o drama. Mas o céu nublado da manhã em Mesquite não abalou Erin Froneberger, que estava na cidade a negócios e trouxe seus óculos para o eclipse. “Estamos sempre correndo, correndo, correndo”, disse ela. “Mas esse é um evento em que podemos tirar um momento, alguns segundos, para saber que ele vai acontecer e abraçá-lo.”
Levou apenas 1 hora e 40 minutos para que a sombra da lua percorresse mais de 6.500 quilômetros pelo continente. O caminho da totalidade – aproximadamente 115 milhas (185 quilômetros) de largura – abrangeu várias cidades importantes dessa vez, incluindo Dallas, Indianápolis, Cleveland, Buffalo, Nova York e Montreal.
Estima-se que 44 milhões de pessoas vivam dentro da faixa, com mais algumas centenas de milhões em um raio de 320 quilômetros. “Esse pode ser o evento astronômico mais visto da história”, disse o curador do Museu Nacional do Ar e do Espaço, Teasel Muir-Harmony, do lado de fora do museu em Washington, aguardando um eclipse parcial.
Especialistas da Nasa e de várias universidades estavam posicionados ao longo da rota, lançando foguetes de pesquisa e balões meteorológicos e realizando experimentos. As informações são da agência de notícias AP.