O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro recuou 1,5% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os três últimos meses de 2019, informou nesta sexta-feira (29) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado reflete apenas os primeiros impactos da pandemia de coronavírus e coloca o País à beira de uma nova recessão, uma vez que a expectativa é de um tombo ainda maior no segundo trimestre.
“A queda do PIB do primeiro trimestre deste ano interrompe a sequência de quatro trimestres de crescimentos seguidos e marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%). Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012”, informou o IBGE em comunicado.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a queda foi de 0,3%. Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de 2020 totalizou R$ 1,803 trilhão. A retração nos três primeiros meses deste ano interrompe uma trajetória de três anos de lenta recuperação da economia brasileira, que já mostrava perda de ritmo na virada do ano, e ainda se encontrava distante do patamar anterior ao do início da recessão de 2014-2016.
A Indústria (-1,4%) e os Serviços (-1,6%) apresentaram recuo, enquanto a Agropecuária (0,6%) cresceu. Entre as atividades industriais, a queda foi puxada pelas Indústrias Extrativas (-3,2%), mas também apresentaram taxas negativas a Construção (-2,4%), as Indústrias de Transformação (-1,4%) e a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,1%).
Nos Serviços, houve resultados negativos em Outros serviços (-4,6%), Transporte, armazenagem e correio (-2,4%), Informação e comunicação (-1,9%), Comércio (-0,8%), Administração, saúde e educação pública (-0,5%), Intermediação financeira e seguros (-0,1%). A única variação positiva veio das Atividades imobiliárias (0,4%).
Pela ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias (-2,0%) registrou queda, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (3,1%) e a Despesa de Consumo do Governo (0,2%) tiveram variações positivas em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No que se refere ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram contração de 0,9%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 2,8% em relação ao quarto trimestre de 2019.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução da economia.