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Missão Industria RS - Hannover/Astana Economia de baixo carbono avança como oportunidade para reindustrializar o Brasil

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Uma das principais atrações do estande brasileiro na Feira de Hannover tem sido a planta virtual de hidrogênio verde.

Foto: Enir Grigol

Investimentos em processos de produção mais sustentáveis, desenvolvimento de novas fontes de energia, eficiência energética, bioeconomia, mercado de carbono. Esses pilares hoje representam frentes promissoras para atrair investimentos e promover a reindustrialização do Brasil nas premissas de uma economia de baixo carbono, segundo o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, que lidera a missão empresarial à Feira de Hannover. 

“O Brasil deve aproveitar as oportunidades criadas pelas transformações que estão em curso em todo o mundo. A indústria brasileira vem fazendo investimentos significativos em processos de produção mais sustentáveis e no desenvolvimento de tecnologias e de soluções voltadas à consolidação da economia de baixo carbono”, afirmou Petry durante a inauguração do estande brasileiro no maior evento de tecnologia industrial do mundo.    

A edição 2023 da Feira de Hannover, que termina nesta sexta-feira (21), marca a maior participação da indústria brasileira no evento, que foi criado em 1947. Além de promover a prospecção de negócios e visitas a centros de referência em tecnologia, a missão liderada por Gilberto Petry apresenta a empresários e investidores um conjunto de projetos de descarbonização de processos, além de bioeconomia e transição energética, com destaque para pesquisa e inovação na produção de hidrogênio verde. A delegação do Brasil conta com representantes de 105 empresas.

Uma das principais atrações no estande brasileiro, neste início de feira, tem sido a planta virtual de hidrogênio verde. De forma interativa, é possível simular todo o processo de produção do combustível limpo: da fonte de energia utilizada em sua fabricação – hidrelétrica, biomassa, eólica ou solar –, passando pela separação do hidrogênio do oxigênio na molécula de água (eletrólise), ao armazenamento e transporte para ser utilizada como fonte energética em fábricas ou, até mesmo, no transporte público.    

Moderador do showcase sobre o tema, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, ressaltou que a produção de hidrogênio verde em escala industrial ainda é um desafio. Para tanto, é preciso avançar em pesquisa e investimento para que a tecnologia esteja madura em toda a cadeia.

Segundo o mapeamento feito pelo estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas e Potencial para a Indústria Brasileira, da CNI, uma estimativa do Hydrogen Council mostra que somente os projetos de larga escala com o combustível anunciados a partir de 2021 somam investimentos de cerca de US$ 500 bilhões até 2030. Atualmente, há quatro grandes projetos para o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde, entre eles o Tech Hub, em Pernambuco, uma das iniciativas brasileiras apresentadas em Hannover.

O hidrogênio verde é produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica, sem a emissão de gases de efeito estufa; já o hidrogênio azul é obtido a partir do gás natural e com emissões reduzidas por meio da tecnologia de captura e armazenamento de carbono. O hidrogênio verde é uma alternativa especialmente relevante para o Brasil, onde 95% do hidrogênio utilizado é produzido a partir de fontes fósseis (gás natural, por exemplo).

Nesta segunda-feira (17), a participação brasileira na Feira de Hannover foi aberta com um painel sobre a descarbonização da indústria, no qual as empresas gaúchas Tramontina e Prosolar, mais WEG e BASF, apresentaram seus projetos. No painel sobre hidrogênio verde, foi a vez da Tupy, Hytron Brazil, Siemens Energia e Tech Hub mostrarem as suas experiências.  

A missão prospectiva a Hannover é coordenada nacionalmente pela CNI, e no Rio Grande do Sul articulada pela Fiergs, por meio do Centro Internacional de Negócios, com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio Grande do Sul (Sebrae-RS). 

Brasil-Alemanha

A primeira fase da chamada bilateral Brasil-Alemanha para desenvolver tecnologias destinadas à produção de hidrogênio verde foi lançada, na segunda-feira, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pela Federação Alemã de Associações de Pesquisa Industrial (AIF), no espaço road show da CNI. O montante total de financiamento será de aproximadamente R$ 21 milhões.

Interessados já podem enviar propostas pela Plataforma Inovação para a Indústria, na categoria missão industrial. Até dez propostas serão selecionadas envolvendo Pequenas e Médias Empresas (PMEs), startups e organizações de pesquisa e tecnologia nos dois países.

Os projetos serão executados no Brasil e na Alemanha. As aplicações se concentrarão em polos de desenvolvimento tecnológico no Brasil, como o Tech Hub do Porto de Suape (Pernambuco), o Parque Senai Cimatec (Bahia) e o Centro Verde de Hidrogênio em Balbina (Amazonas).

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https://www.osul.com.br/economia-de-baixo-carbono-avanca-como-oportunidade-para-reindustrializar-o-brasil/ Economia de baixo carbono avança como oportunidade para reindustrializar o Brasil 2023-04-18
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