Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2022
Os resultados foram divulgados em videoconferência nesta terça-feira (21) pelo Departamento de Economia e Estatística
Foto: ReproduçãoBalanço divulgado nesta terça-feira (21) aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul caiu 3,8% no primeiro trimestre deste ano, em relação aos últimos três meses de 2021 – índice que contrasta com uma alta nacional de 1% na mesma base comparativa. A retração gaúcha foi puxada pelos desempenhos negativos da agropecuária (-28,1%) e indústria (-1,4%).
Um paralelo com o primeiro trimestre do ano passado, por sua vez, mostra que a economia do Estado encolheu 4,7%, enquanto que a do Brasil como um todo registrou alta de 1,7% no mesmo intervalo. No acumulado em quatro trimestres, o PIB gaúcho teve expansão de 7,6%, contra um índice de 4,7% obtido pelo País.
Os dados são do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (Seplag), cujos técnicos produzem e divulgam estudos e análises periódicas sobre o cenário do Rio Grande do Sul. Os números e percentuais abrangem tanto os resultados gerais quanto setorizados.
Serviços e indústria
No setor de serviços foi constatado um crescimento de 1%. Apesar de o subgrupo “comércio” ter se retraído (-2%) no período, os demais se expandiram: “outros serviços” (0,8%), “atividades imobiliárias” (1,3%) e “transportes, armazenagem e correio” (1%).
Já na indústria, a queda de 1,4% foi impactada pelo resultado negativo de seu segmento mais representativo, o da “indústria de transformação” (-1,8%), juntamento com “eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana” (-1,6%).
Agropecuária afetada
A já mencionada retração de 28,1% na agropecuária reflete o impacto da estiagem em todas as principais culturas, como soja e milho. Chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE/SPGG, Vanessa Sulzbach é uma das responsáveis pela elaboração do relatório periódico do PIB do Rio Grande do Sul. Ele reitera:
“O Estado começou o ano com uma seca severa e que já se reflete no desempenho de janeiro a março, além de se estender para os resultados do trimestre atual. As bases comparativas mais altas dos dois últimos trimestres ajudam a explicar as variações negativas na margem e no paralelo trimestral, sobretudo no que se refere à agropecuária e à indústria”.
A gestora acrescenta: “Por outro lado, o setor de serviços tem se mantido estável, mesmo em meio a um cenário marcado por inflação alta e juros em crescimento, com manutenção da recuperação do segmento ‘outros serviços’, duramente afetado pela pandemia de coronavírus, bem como de ‘transporte, armazenagem e correio'”.
(Marcello Campos)