“Ao criticar a politica de juros do Banco Central, e tratar o presidente do banco como ‘esse cidadão’, o presidente Lula desconhece que é o ambiente econômico que define investimentos”, afirmou ontem a economista-chefe da Icatu Seguros, Victoria Werneck. Ela participou do segundo painel do Fórum O Rio Grande Pujante promovido ontem em Xangri-La pela Rede Pampa de Comunicação.
Victoria Werneck comentou que “mais inflação significa menos crescimento. Vimos isso no governo Dilma Rousseff, que mandou o Banco Central reduzir na marra a taxa de juros, e colheu como resultado dois anos de PIB negativo e aumento do desemprego”. A economista lembrou que os investimentos são consequência de confiança no ambiente econômico, e que os investidores procuram segurança jurídica e rentabilidade.”Ninguém investe por filantropia”, comentou.
Ela lamentou o discurso do presidente, que classificou de “raivoso” na forma de falar, ao criticar a independência do Banco Central, a estabilidade fiscal e o mercado financeiro “como se ainda estivesse em plena campanha eleitoral”. Para ela, a herança do governo anterior constantemente mencionada pelo presidente Lula como “maldita”, “não foi nada maldita: inflação entre as menores do mundo, queda do desemprego e estabilidade fiscal”.
Petry sugere que o presidente “comece a governar”
Presidente da Fiergs, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Gilberto Petry disse ontem que é importante os governos criarem um ambiente para atração de investimentos. Lembrou, porém, que no período da pandemia, os governos receberam do governo federal uma compensação pelas perdas de receita e “para as empresas, o governo não ofereceu nada, apenas linhas de crédito”. Ele lembrou que o estado trava hoje a disputa pelo terceiro lugar no ranking industrial, disputando esse espaço com Minas Gerais. São Paulo e Rio de Janeiro ocupam as primeiras posições. Segundo Petry, o país teve as melhores taxas de crescimento dos últimos 20 anos e uma inflação menor que a Europa e os Estados Unidos. Por esta razão, ao invés de criticar o passado, sugere que “o presidente comece a governar o País”.
Eduardo Leite propõe apoiar os empreendedores que já estão no Estado
O governador Eduardo Leite encerrou ontem o Fórum O Rio Grande Pujante, comentando que as dificuldades que o estado enfrentou, “eram dificuldades do Governo, porque o estado em si,é empreendedor”. Para o governador, é importante atrair investimentos,trazer empresas, “mas também é preciso estimular os nossos empreendedores” que já se encontram aqui. O governador gaúcho, que assumiu a presidência nacional do PSDB, criticou o radicalismo político que permanece mesmo após o embate eleitoral, e lamentou que “após um debate político tão tenso, centrado em discutir supostas intenções do adversário, não se discutiu a fundo a complexidade dos problemas que nós temos”.
Cotrijal é formada por maioria de pequenos produtores, revela Nei César Mânica
O presidente da Cotrijal e da Expodireto, Nei César Mânica, trouxe ontem no Fórum O Rio Grande Pujante, um dado importante sobre a estrutura da Cotrijal, considerada hoje a maior cooperativa do Rio Grande do Sul. Segundo Mânica, dos 16 mil associados da cooperativa em 53 municípios gaúchos, 85% são pequenos produtores. Ele anunciou ainda a formação pela Cotrijal, do Núcleo Mais Mulheres, destinado a reunir as mulheres para debater temas atuais. Garantiu, no entanto, que não se trata de um grupo para debate da terceira idade ou para confraternização, mas para debater a participação efetiva das mulheres na gestão do agronegócio”.