Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2017
Os analistas das instituições financeiras estimaram que a inflação terá um comportamento melhor e que o crescimento da economia brasileira será mais alto em 2017 e em 2018. As previsões foram coletadas pelo BC (Banco Central) e divulgadas nesta segunda-feira (2) por meio do relatório de mercado conhecido como Boletim Focus.
De acordo com o levantamento do BC, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano deve ficar em 2,95%. No relatório anterior, os economistas estimavam que a inflação ficaria em 2,97%. Essa foi a sexta redução seguida do indicador de inflação.
A nova previsão mantém a inflação abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%, e, também, abaixo do piso de 3% do sistema brasileiro de metas – algo que, se for confirmado, ocorrerá pela primeira vez no regime de metas, que começou em 1999. A meta de inflação é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a Selic (taxa básica de juros da economia).
Pelo sistema brasileiro, a meta central é de 4,5% para este ano e para 2018, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, de modo que a inflação pode ficar entre 3% e 6% sem que seja formalmente descumprida. Quando a meta de inflação é descumprida, o presidente do BC tem de escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando as razões para a variação fora da previsão.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação recuou de 4,08% para 4,06%. Essa foi a quinta redução consecutiva da estimativa para o próximo ano. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.
PIB e juros
Para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2017, o mercado financeiro subiu a sua estimativa de crescimento de 0,68% para 0,70%. Essa foi a segunda alta seguida do indicador. Para 2018, os economistas das instituições financeiras elevaram a estimativa de expansão da economia de 2,30% para 2,38%. Essa foi a quarta alta seguida na estimativa.
As projeções de crescimento começaram a subir com mais intensidade após a divulgação do resultado do PIB do segundo trimestre deste ano, que avançou 0,2% contra os três primeiros meses deste ano. O mercado financeiro também manteve a sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 7% ao ano para o fechamento de 2017. Atualmente, a taxa está em 8,25% ao ano. Ou seja, os analistas continuaram estimando uma redução dos juros neste ano. Se o patamar previsto de 7% ao ano for atingido no fim de 2017, esse será o menor nível já registrado (até então a menor taxa era de 7,25% ao ano).
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic também ficou estável em 7% ao ano. Com isso, continuaram prevendo que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do Boletim Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 permaneceu em R$ 3,16. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana ficou estável em R$ 3,30.
A projeção do Boletim Focus para o resultado da balança comercial em 2017 permaneceu em US$ 62 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit ficou inalterada em US$ 50 bilhões. A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas recuou de US$ 77,5 bilhões para US$ 75 bilhões.