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Por Redação O Sul | 12 de março de 2018
Faltando pouco mais de uma semana para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, economistas de instituições financeiras passaram a ver novo corte de 0,25 ponto percentual na Selic (taxa básica de juros), diante da persistente fraqueza da inflação, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (12).
A expectativa agora é de que a Selic seja reduzida dos atuais 6,75% para a nova mínima histórica de 6,5% no encontro dos dias 20 e 21 de março do Copom.
Para o fim do ano, a projeção é de que a taxa termine a 6,5%, ante 6,75% previsto anteriormente, permanecendo a expectativa de que ficará em 8% ao final de 2019.
A inflação baixa ratifica essa expectativa, depois que o IPCA atingiu o menor nível em 18 anos para fevereiro a 0,32%. Em 12 meses, o IPCA acumulou avanço de 2,84%, menor leitura para o período desde 1999.
As apostas de novo corte neste mês já haviam aumentado no mercado de juros futuros mesmo depois de o BC (Banco Central) ter indicado que considerava deixar os juros estáveis, uma vez que as pressões inflacionárias estão contidas. O próprio presidente da entidade monetária, Ilan Goldfajn, reconheceu que a inflação lenta vem surpreendendo até o próprio banco.
Para o “Top-5”, grupo dos que mais acertam as previsões no Boletim Focus, a Selic também deve ser reduzida em 0,25 ponto na próxima semana, mantendo sua visão anterior. O grupo, porém, preservou a projeção de 6,75% ao fim de 2018, mas para 2019 aumentou a conta de 8% para 9%.
No Focus, a expectativa para a inflação neste ano foi reduzida pela sexta semana seguida, a 3,67%, 0,03 ponto percentual a menos do que na semana anterior. Para o ano que vem caiu de 4,24% para 4,2%.
Os especialistas consultados passaram a ver ainda crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de 2018, de 2,87%, ante 2,90% antes. Em 2019, a expansão aceleraria a 3%, sem alteração.
Surpresa com a inflação
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou na última semana que a inflação surpreendeu recentemente, vindo abaixo do esperado, mas que a avaliação sobre se cabe ainda mais corte na Selic, a taxa básica de juros, seria feita apenas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, neste mês.
“O que posso dizer é que as últimas taxas de inflação de fato vieram mais baixas do que esperávamos, então a inflação continua baixa, e isso de fato veio surpreendendo todo mundo, inclusive o próprio Banco Central”, afirmou Goldfajn em entrevista à rádio CBN.
No início do mês de fevereiro, o Banco Central reduziu a taxa básica de juro em 0,25 ponto, para a mínima recorde de 6,75% ao ano, e sinalizou o fim do ciclo devido à recuperação mais consistente da atividade econômica no País.