O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse hoje (29) que o edital de licitação para retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 será publicado no segundo trimestre de 2020. Segundo ele, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está finalizando estudos de viabilidade para permitir parceria privada no projeto.
“O BNDES está concluindo o modelo de negócios que permitirá a participação privada no empreendimento, para que seja possível publicar o edital para a seleção do parceiro ainda no segundo trimestre de 2020”, afirmou, durante inauguração da 8ª cascata de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio, na FCN (Fábrica de Combustível Nuclear), em Resende/RJ. O evento também contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades do governo federal.
A retomada das obras da usina foi incluída, por meio de decreto presidencial, como parte do portfólio do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) do governo. Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ).
Segundo a Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a nova unidade, que tem potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do estado do Rio de Janeiro.
Mais de 60% da usina de Angra 3 já foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado, a ser selecionado a partir da definição do modelo. A previsão é que as obras sejam retomadas no ano que vem e concluídas em 2026.
Programa nuclear
O programa nuclear brasileiro começou nos anos 1950 com o início da construção das usinas de Angra 1 e Angra 2. Além de retomar as obras da terceira unidade do complexo, o ministro Bento Albuquerque anunciou que a extensão de vida útil de Angra 1 já foi requerida à Comissão Nacional de Energia Nuclear com cinco anos de antecedência. A perspectiva é aprovar a continuidade da operação até 2044.