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Eduardo Bolsonaro diz ter sido intimado pela Polícia Federal em processo administrativo por ofender delegado

As ofensas de Eduardo Bolsonaro foram proferidas em discurso do dia 14 de agosto de 2024 na Câmara. (Foto: Reprodução)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirma ter sido intimado pela Polícia Federal (PF) por ofensas proferidas na tribuna da Câmara dos Deputados contra o delegado Fábio Alvarez Shor. O parlamentar repetiu os xingamentos em um vídeo postado em suas redes sociais na segunda-feira (10).

A intimação faz parte de um processo administrativo disciplinar, dispositivo utilizado pela Administração Pública para avaliar a conduta de um servidor. O deputado é escrivão licenciado da corporação.

“O delegado está sentido por eu tê-lo chamado de ‘cachorrinho’ e ‘putinha’ de Alexandre de Moraes. Buscarei a procuradoria da Câmara para a devida defesa a esse esculacho ao parlamentar mais votado da história do país”, começou Eduardo, que afirmou que a intimação representa “uma afronta a todos os deputados”.

Fábio Shor é um dos quatro delegados da PF que subscrevem o relatório de 221 páginas que indica o suposto envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, das quais o ministro Alexandre de Moraes é relator no Supremo Tribunal Federal (STF). O delegado conduz o inquérito das milícias digitais.

As ofensas de Eduardo Bolsonaro foram proferidas em discurso do dia 14 de agosto de 2024, em que o parlamentar criticou a atuação do servidor da PF. Ele chegou a exibir uma foto do delegado no plenário da Câmara.

Em seu Instagram, Eduardo escreveu: “Prefiro perder minha aposentadoria da Polícia Federal, meu porte de arma e carteira funcional do que ser obrigado a chamar de ‘democracia’ um país em que um deputado federal não pode criticar um delegado federal que está prendendo velhinhas e mães de família como se fossem terroristas”, disse referindo-se às prisões de manifestantes do 8 de Janeiro.

O delegado Fábio Shor também foi alvo, no ano passado, de críticas dos deputados Marcos do Val (Podemos-ES) e Marcel van Hattem (Novo-RS). A PF indiciou Van Hattem por calúnia e injúria.

“A defesa do Deputado Federal Marcel Van Hattem repudia toda e qualquer tentativa de violação à imunidade parlamentar, que é garantia constitucional. Trata-se de garantia do Estado de Direito e não apenas de direito do parlamentar. A tribuna livre e soberana é a expressão mais sincera de um mandato”, disse o advogado do parlamentar, Alexandre Wunderlich, em nota na ocasião. (Estadão Conteúdo)

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