Quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2024
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acredita que a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos pode salvar seu pai da prisão e da inelegibilidade. Em recente entrevista, ele afirmou que a volta de Trump ao poder pode incentivar uma nova correlação de forças favorável à direita no Brasil e impactar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na entrevista, o parlamentar, que acompanhou a apuração dos votos nos Estados Unidos ao lado de Trump e figuras como Elon Musk, afirmou que o controle republicano no Senado americano facilitará a aprovação de um projeto de lei que pode restringir a entrada nos EUA de autoridades que, na visão dos republicanos, tenham violado a liberdade de expressão. “Isso se aplica a ministros que praticaram abusos, como no caso recente envolvendo o X”, disse, em alusão à disputa entre o proprietário da rede, Elon Musk, e o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.
Comparação
Eduardo vê paralelos entre os desafios enfrentados por Trump e Bolsonaro, destacando que ambos foram alvo de processos judiciais e acusações. Ele acredita que o retorno de Trump após acusações e tentativas de prisão pode servir como exemplo para Bolsonaro. “É a mesma história. Se o Trump voltou, então há chance de Bolsonaro voltar lá”, afirmou, acrescentando que o retorno de Trump deixa o STF “menos confortável para fazer perseguições”.
Sobre as eleições de 2026, Eduardo enfatizou que Bolsonaro é “o plano A, B e C” da direita e reforçou que não há outro nome para substituí-lo. “Impossível foi tirar o Lula da cadeia e torná-lo elegível. Se fizeram isso, acredito que é possível reverter a situação de Bolsonaro”, disse o deputado.
Para Eduardo, a ascensão de Trump representa um fortalecimento da direita global e traz impactos diretos para o Brasil. Ele destaca a influência do republicano sobre o Judiciário americano e sugere que isso também pode gerar pressão sobre as instituições brasileiras, especialmente o STF, ao lidar com investigações e condenações relacionadas a Bolsonaro e a aliados.
Anistia
O parlamentar afirmou que defende o PL da Anistia, projeto em tramitação no Congresso que quer anistiar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Embora reconheça “alguma responsabilidade” nos eventos, ele refuta a ideia de que se tratou de uma tentativa de golpe. “Não foi dado nenhum tiro e não foi apreendida nenhuma arma”, argumentou, classificando as condenações como exageradas.
Para Eduardo, o movimento de anistia visa combater o que ele chama de “prisões arbitrárias” que, segundo ele, têm o objetivo de intimidar apoiadores de Bolsonaro e da direita no país. Ele defende que os envolvidos nos ataques sejam julgados individualmente, mas critica o que considera uma “instrumentalização” do Judiciário para coibir manifestações de apoio ao ex-presidente.
Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030 após condenação por abuso de poder político e econômico pelo TSE, Eduardo vê possibilidades de reverter a decisão. Ele compara a situação de seu pai com a reabilitação política de Lula. “Se fizeram o impossível com Lula, também acredito na reversão para o Bolsonaro”, afirmou, reforçando que a volta de Trump pode fortalecer a campanha por essa mudança.