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Eduardo Bolsonaro falou sobre Mourão, o vice-presidente da República e disse “desse daí, não tenho nada a declarar”

"Desse daí eu não tenho nada a declarar, não", afirmou o filho do presidente. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Eduardo Bolsonaro reagiu à fala pró-aborto de Hamilton Mourão, que, em entrevista ao jornal O Globo , declarou que o aborto deve ser uma decisão da mulher. “Desse daí eu não tenho nada a declarar, não”, afirmou.

Mourão defendeu aumentar as possibilidades para o aborto previstas em lei:

“Talvez aí a mulher teria de ter a liberdade de chegar e dizer ‘preciso fazer um aborto’, inclusive nos casos em que a mulher não tenha condições de manter seu filho.”

A família Bolsonaro é ferrenhamente contra a legalização do aborto.

Perguntado pelo jornal O Globo sobre como ele acha que os temas de gênero devem ser tratados dentro do governo disse: “O governo tem que tratar de forma objetiva. É uma questão de saúde pública. Doenças sexualmente transmissíveis são uma questão de saúde pública. A questão do aborto também é algo que tem que ser bem discutido, porque você tem aquele aborto onde a pessoa foi estuprada, ou a pessoa não tem condições de manter aquele filho. Então talvez aí a mulher teria que ter a liberdade de chegar e dizer ‘preciso fazer um aborto’.

Mourão cativa a mídia

Em campanha para se viabilizar como nome moderado e palatável para exercer a Presidência, enquanto Jair Bolsonaro se consolida como bode na sala, o vice-presidente Hamilton Mourão marcou uma maratona de entrevistas para esta semana, com veículos como Bloomberg, Wall Street Journal, RTP, The Economist e Reuters; enquanto isso, o clã Bolsonaro segue refugiado nas redes sociais e em empresas amigas, como Record e SBT; a guerra entre os dois se intensifica.

“As pressões para que o vice-presidente, general Hamilton Mourão, adote postura mais discreta e silenciosa não surtiram efeito. Só na próxima semana ele dará entrevista para os seguintes veículos: Bloomberg, Wall Street Journal e RTP (Rádio e Televisão de Portugal). Na semana seguinte, Mourão falará com a revista The Economist e com a agência de notícias Reuters. Na quinta (1º), ele deu entrevista ao jornal El País — em espanhol, língua que, como o inglês, fala com fluência”, informa a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo.

“Mourão tem atendido todos os veículos com gentileza. Ele inclusive mandou instalar uma sala para os repórteres que cobrem a vice-presidência, com ar-condicionado, café, água e tomadas para que recarreguem computadores e celulares. A postura é oposta à do entorno mais próximo de Jair Bolsonaro, que ataca quase diariamente a mídia crítica ao governo”, diz ela.

Ou seja:  Mourão segue em campanha para se viabilizar como nome moderado e palatável para exercer a presidência, enquanto Jair Bolsonaro se consolida como bode na sala e a guerra entre os dois se intensifica.

 

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