Domingo, 23 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de fevereiro de 2025
Eduardo chamou de infundada a denúncia da PGR contra Bolsonaro.
Foto: Marcos Corrêa/PRO deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou o palco de uma conferência conservadora nos Estados Unidos na quinta-feira (20) para atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e pedir orações ao pai, Jair Bolsonaro (PL).
Eduardo chamou de infundada a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, acusado de ter tramado um golpe de Estado, e não descartou a prisão do ex-presidente.
A atuação no exterior, sobretudo nos Estados Unidos, faz parte da estratégia de Eduardo e de outros aliados de Bolsonaro para tentar livrar o ex-presidente da cadeia e pavimentar o caminho para a disputa em 2026, algo que enfrenta muitos obstáculos.
“O ex-presidente Jair Bolsonaro está em risco de ser preso com as mesmas acusações falsas usadas contra líderes de oposição na Venezuela, Cuba e Nicarágua”, disse o deputado, tentando equiparar a situação do pai à de pessoas perseguidas por nações ditatoriais, diferentes da realidade democrática brasileira.
“Mas não para por aí. O sistema judicial se tornou um instrumento de perseguição em todos os níveis”, continuou o parlamentar.
As afirmações foram feitas durante a Conferência de Ação Política Conservadora (Cpac), um dos principais eventos de direita, a uma plateia estrangeira. O vice-presidente JD Vance também discursou nesta quinta no encontro, realizado nas proximidades de Washington.
“Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos agora pelo 8 de janeiro. Estamos pedindo anistia no Congresso e esperamos receber muito apoio de vocês fora do Brasil, porque vocês sabem o que isso significa”, afirmou Eduardo.
O deputado iniciou o discurso alertando para o que chamou de perigo do uso da Justiça contra decisões políticas. Nos EUA, tribunais estão bloqueando decretos de Donald Trump que ferem a lei e aumentam o poder do Executivo.
“Eu venho do futuro e sei exatamente como essa história pode terminar. Talvez não do futuro, mas venho do Brasil, que não é tão diferente”, disse.
“Meu país se tornou um laboratório para censura e autoritarismo judicial desde 2019, tem sido usado como campo de testes para a instrumentalização judicial contra conservadores, libertários e cristãos, sempre sob o nobre pretexto de proteger a democracia, combater a desinformação e parar extremistas enquanto na realidade silencia dissidentes, controla narrativas e criminaliza a oposição”, afirmou.
Eduardo disse que Moraes é o responsável pelas ações que ele classifica como censura. “Deixe-me apresentar a vocês um homem chamado Alexandre de Moraes. Ele não é uma autoridade eleita. Ele é um juiz da Suprema Corte que se deu poder irrestrito para decidir quem pode falar, quem pode concorrer a cargos e até quem pode ir para a prisão sob sua supervisão”, afirmou.
“Juízes e burocratas, não o povo, decidem quem está apto a concorrer a cargos”, comentou Eduardo, defendendo o ex-deputado Daniel Silveira, preso e condenado depois de publicar vídeos atacando ministros do STF. (Folhapress)