O Supremo Tribunal Federal (STF) tenta intimidar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) há seis meses sem sucesso. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
A intimação é referente a uma queixa-crime por ter comparado o que chamou de “professores doutrinadores” a traficantes de drogas em um evento pró-armas em julho do ano passado.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nosso filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior”, disse na época o parlamentar em um discurso em cima de um carro de som durante o ato em Brasília.
De acordo com a publicação, em 23 de outubro de 2023, o ministro do STF Kassio Nunes Marques, que é relator do processo, abriu prazo de 15 dias para Eduardo se manifestar, o que não aconteceu. Em 29 de novembro, oficiais de Justiça apresentaram um relato ao Supremo sobre as dificuldades que tiveram para intimá-lo. Foram ao menos sete tentativas.
Nesse relato apresentado, os oficiais afirmam que receberam “informações desencontradas e imprecisas” dos funcionários do deputado, disseram que nunca conseguiram acesso a ele nas tentativas em seu gabinete e nos plenários e que ouviram de funcionários até para que “aguardassem no corredor durante o dia todo até que ele aparecesse”.
Em meio a essa situação, a deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) solicitou a Nunes Marques que faça a citação por hora certa, determinando um horário para que Eduardo Bolsonaro receba a notificação judicial. No dia 16 de maio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou a aprovação do pedido. O ministro ainda não se manifestou.