Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2019
Cotado para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, pediu na segunda-feira (12) ajuda de diretores da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para convencer os senadores aprovar seu nome para o posto em Washington (EUA).
Em uma fala de cerca de 5 minutos, antes do início de um jantar oferecido pela Fiesp, na sede da federação, na capital paulista, o filho do presidente enfatizou a proximidade que tem o presidente Donald Trump como a sua principal qualidade para se tornar embaixador. No cargo, ele disse, teria condições de acelerar acordos comerciais, que seriam positivos para os industriais presentes no encontro.
“Conto com o apoio dos senhores, caso tenham algum contato com senadores, para poder dizer a eles que a abertura que tenho junto à Casa Branca vai acelerar em muito os acordos comerciais e em outros setores que os senhores tenham interesse”, disse. “No final das contas, os senhores não são os malvadões que exploram os empregados, são os que dão pontapé inicial na geração de empregos, é isso que precisamos para ter um país pujante”, acrescentou.
Comissão
O presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores) do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), tentou uma manobra para garantir um voto a mais ao deputado na sabatina que vai analisar a indicação do filho do presidente ao cargo de embaixador do Brasil em Washington.
Nelsinho Trad, disse ao blog de Andreia Sadi, nesta terça-feira (13) que o líder do bloco PT-Pros no Senado, Paulo Rocha (PA), indicou o senador Humberto Costa (PT-PE) para ocupar a 19ª vaga do colegiado, que estava livre desde o início do ano.
A comissão será a responsável por sabatinar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que deve ser indicado nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a embaixada brasileira nos Estados Unidos.
“Nada muda, mas vamos ter mais trabalho”, disse Trad ao blog após a indicação do PT.
No começo do ano, quando os blocos partidários indicaram os nomes para compor diferentes comissões, a de Relações Exteriores ficou com 18 membros, e não com 19, como previsto.
Trad, então, enviou um ofício ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para consultá-lo sobre a viabilidade de mais um integrante ser indicado. O presidente da comissão teme um possível empate na votação sobre Eduardo Bolsonaro.
A vaga remanescente, e que será ocupada por Humberto Costa, coube ao bloco formado por PT e Pros, de oposição ao governo, por acordos com os blocos partidários no começo do ano.