Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Flavio Pereira | 18 de janeiro de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Ontem, o governador gaúcho falou à Folha de S. Paulo, em Davos, sobre alguns planos para a gestão como presidente nacional do PSDB, a partir de fevereiro. Eduardo Leite contabiliza o lastro de três governadores tucanos eleitos em 2022, com Eduardo Riedel (MS), Raquel Lyra (PE), e vê a comunicação do partido com o eleitorado, como um desafio importante “para que a gente possa reposicionar o PSDB”. Leite admite que “nós temos um momento de crise para o partido , mas também de oportunidade”. Ele resolve com tranquilidade a menção sobre o seu nome como candidato à presidência em 2026, ao dizer que “mais do que minha ascensão pessoal, quero colocar o meu trabalho a serviço do fortalecimento de um centro democrático que tenha projeto e agenda para o país”.
Em Davos, governador gaúcho busca atrair grandes investidores
Circulando no Fórum Econômico Mundial, o governador gaúcho Eduardo Leite mantém o foco de atrair investimentos para o Rio Grande do Sul. Nessa linha, foi o contexto da sua reunião, dentre outros líderes, com o enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, e o subsecretário Rick Duke. Uma das prioridades de Leite na viagem oficial é apresentar as oportunidades ligadas ao setor energético no Estado. Além de Eduardo Leite, outros dois governadores brasileiros estão em Davos: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Helder Barbalho (MDB), do Pará. A delegação brasileira no plano federal está representada pelos ministros da Economia, Fernando Haddad, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
Leite em Davos: “o Brasil precisa aproveitar essa oportunidade de negócios”
Ontem, em entrevista ao Globonews, o governador gaúcho explicitou mais detalhes do foco de seus encontros no âmbito do Fórum Econômico Mundial:
“No Rio Grande do Sul somos fortes no agronegócio, mas queremos mostrar também o trabalho para implementar uma planta de energia verde, porque temos este potencial por meio da energia eólica e solar, além da demanda interna por fertilizante para que seja viável implementar uma planta de hidrogênio verde. Somos um País com potencial para gerar uma energia renovável. Isso é uma nova economia e o País precisa aproveitar essa oportunidade de negócios.”
No RS, o time do primeiro escalão está completo
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fechou ontem o time do primeiro escalão do seu governo. Anunciou a nova secretária de Planejamento, Governança e Gestão, Danielle Calazans que substitui Cláudio Gastal, que permaneceu no cargo durante as primeiras semanas do novo mandato e será o novo presidente do Badesul. O currículo da nova secretária é impecável: Danielle Calazans é funcionária de carreira da Caixa Econômica Federal, sendo presidente interina e vice-presidente do banco. A advogava também foi secretária de Gestão do Ministério da Economia e diretora do Ministério da Fazenda, entre outros cargos.
Lula reajusta piso dos professores em 14,9%. Menos da metade do índice de Bolsonaro, de 33,24%
O governo Lula autorizou reajuste de 14,9% no piso dos professores da educação básica, elevando o salário da categoria a R$ 4.420,55. A CNM, Confederação Nacional dos Municípios projeta gasto adicional de R$ 1,5 bilhão nos cofres dos municípios, e está recomendado a prefeitos, que não paguem o novo valor. Só faltou afirmar que o novo piso é “golpe”. O índice de 14,9% anunciado agora, está acima da inflação, mas ficará distante do aumento de 2022 assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a correção do piso foi de 33,24%.
Mateus Wesp: Intolerantes o acusam de intolerância
Nomeado para a pasta da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Mateus Wesp (PSDB) já é alvo de mimimi da intolerância de esquerda. Ele teve sua indicação criticada por opositores, que retiram do fundo do baú projetos e declarações consideradas, na visão dos críticos, como LGBTQIA+fóbicas do secretário. O governo do Estado fortaleceu a indicação do secretário, em nota oficial:
“O secretário Mateus Wesp é um democrata, com sólida formação jurídica e domínio dos compromissos institucionais dos cargos que ocupa. Agiu assim como parlamentar. Embora possa ter divergências em temas específicos, se mostra aberto ao diálogo e sempre agiu em respeito à dignidade humana. Estamos montando uma equipe diversa e plural na secretaria, garantindo a representatividade exigida pelas funções da pasta, preparando-a para implementar as nossas políticas para o setor.”
União corre o risco de perder R$ 1,2 trilhão
Estão aguardando pauta no STF (Supremo Tribunal Federal) cerca de 20 julgamentos que podem representar um rombo no orçamento da União estimado em fantásticos R$ 1,2 trilhão. A missão da AGU (Advocacia-Geral da União) terá de ser redobrada, para que o governo Lula não seja pego de surpresa com estas ações, que discutem cobranças tributárias e demandas contra órgãos públicos e estatais. Este valor de R$ 1 trilhão e 200 bilhões não é algo subjetivo: o montante consta no Anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023 e está baseado em cálculos da Advocacia-Geral da União, que representa todos os órgãos federais junto à Justiça.
OAB gaúcha alerta para excessos praticados pelo STF
Como já era esperado, não ganhou o devido destaque no noticiário, o prudente e equilibrado pronunciamento do presidente da OAB gaúcha, Leonardo Lamachia, que participou em Porto Alegre, do Ato pela Defesa da Democracia, evento com a participação dos três poderes estaduais, dos tribunais regionais, de órgãos autônomos e de entidades da sociedade civil. O evento aconteceu na segunda-feira (16), mas a coluna recupera alguns pontos que a “imprensa” esqueceu de divulgar.
O presidente da OAB destacou que “as eleições foram concluídas e qualquer questionamento deve ser feito na forma legal, pelos meios cabíveis e de maneira institucional”. E cobrou que que o STF, as demais autoridades da República, os líderes da oposição e toda a sociedade civil organizada “devem mudar a forma de agir, primando pelo equilíbrio, racionalidade, legalidade, ponderação e serenidade, com vistas a manutenção da democracia e do estado de direito”.
Lamachia condenou a estupidez dos atos de violência, ao definir o ocorrido como “prática criminosa e atentatória a democracia”, acrescentando que ” a democracia é um valor inegociável e sua defesa é uma obrigação de todos os brasileiros. Não há outro caminho para o país ter prosperidade, desenvolvimento e paz que não seja por meio do estado democrático de Direito”. Lúcido, Lamachia também comentou sobre o que chamou de “excessos” praticados pelo Supremo Tribunal Federal:
“Me refiro às decisões proferidas no âmbito do inquérito 4781 e em relação aos fatos ocorridos em Brasília que violam a Constituição Federal e que violam, também, o estado democrático de Direito, prerrogativas da advocacia, além de usurparem competência do Ministério Público e da própria magistratura.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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