Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Há poucos dias, foram revelados dados sobre a educação brasileira que muito preocupam e entristecem: no ano de 2015, somente 53% dos adolescentes de 15 anos estavam matriculados no ensino médio. Para completar, apenas 15% dos brasileiros entre 25 e 34 anos estão no ensino superior. Pensando nas consequências futuras que isso pode gerar, não vejo algo muito promissor. Uma pessoa sem um grau mínimo de instrução precisa, na maioria das vezes, trabalhar por salários mais baixos e normalmente demanda maior dependência de programas governamentais. Existem muitas causas possíveis para toda essa massa de gente estar fora do sistema de ensino: pode ser a necessidade de trabalhar desde cedo, não havendo tempo para frequentar as aulas; pode ser pelas falhas pedagógicas que estão sendo mais discutidas atualmente, que acabam afastando a atenção do estudante ou acabam confrontando com seus ideais; e é claro, também a fuga do estudo para criminalidade. Enquanto o Brasil pontua esse baixo índice de 53% da frequência escolar, os países membros da organização que realizou a pesquisa – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – detinham o percentual médio de 90%. No total a OCDE tem 35 membros, dentre eles muitos países da Europa, mas também o nosso vizinho Chile. Os países que contam com boa educação zelam pelo cumprimento das leis, condenam a corrupção e os privilégios e praticam a cidadania, e como consequência, desenvolvem-se. Os alunos que estão no ensino médio já têm idade que lhes permite decidir os percursos de aprendizado com base no que querem para suas vidas, portanto, acredito que a reforma no ensino médio consiga reverter um pouco essa situação, pois ela dá a liberdade a essas pessoas de escolherem 40% das disciplinas de acordo com seu interesse. Já é um bom avanço, que será sentido nos próximos anos. População mais bem instruída toma melhores decisões, ajuda no crescimento econômico do país, tem opinião para eleger seus representantes políticos, reivindica seus ideais e não aceita a política do “pão e circo” que tanto faz parte do cotidiano.
Theodora Cioccari é engenheira e Associada do IEE
theodora@fida.com.br
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