Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2024
Os pacientes que tratam diabetes mellitus foram surpreendidos com a falta do medicamento NovoRapid FlexPen nas farmácias de várias cidades brasileiras. Fornecedora do remédio, a farmacêutica Novo Nordisk confirmou ao jornal Extra o desabastecimento no mercado brasileiro pelo menos durante o primeiro trimestre do ano. O remédio também faz parte dos medicamentos comprados com desconto no programa Farmácia Popular, mas o Ministério da Saúde diz que já houve a substituição por outros tipos de insulina injetável de rápida absorção.
Segundo o laboratório, a “indisponibilidade temporária” foi causada pela “demanda maior do que a prevista”. A fabricante é a mesma que produz o Ozempic – remédio injetável para combater diabete tipo 2 —, consumido também por pessoas que querem emagrecer, embora a prescrição médica não seja essa. O remédio é uma das principais marcas globais da dinamarquesa Novo Nordisk e ficou conhecido como “canetinha azul”, pelo instrumento usado para sua aplicação.
A empresa ressaltou que “não há problemas de qualidade ou regulatórios com nenhuma das apresentações do produto” NovoRapid, em falta no mercado. O NovoRapid é usado para tratar diabetes em adultos, adolescentes e crianças (a partir de 1 ano de idade) e usa caneta para a aplicação, assim como o Ozempic. A farmacêutica informou que os dois medicamentos não usam o mesmo tipo de caneta na substância injetável.
A dinamarquesa informou ainda que “possui opções terapêuticas alternativas que viabilizam a continuidade do tratamento pelos usuários desse medicamento”. Mas recomendação aos pacientes é que procurem seu médico para as orientações.
O Ministério da Saúde informou que o fornecimento da insulina análoga de ação rápida está regular. A pasta informou ainda que a demanda solicitada pela Secretaria estadual de Saúde do Rio para atendimento no primeiro trimestre de 2024, de cerca de 34.655 unidades, foi entregue ao estado no dia 26 de dezembro do ano passado.
O Ministério da Saúde reforçou que “está atento ao cumprimento dos prazos contratuais e ao cronograma de abastecimento de medicamentos à Rede de Atenção à Saúde”. .
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi procurados, mas não respondeu. A Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria (Abrafarma) informou que não recebeu nenhuma notificação das redes associadas a respeito, e “não tem elementos para se posicionar a respeito” do assunto. Já a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácia (Febrafar) também foi questionada, mas não se posicionou.
Fabricante
A Novo Nordisk é responsável pela fabricação de Ozempic e Wegovy. No Brasil, o Ozempic é aprovado para tratamento do diabetes tipo 2. Já o Wegovy foi aprovado em 2023 para tratar sobrepeso (em caso de comorbidades) e obesidade no país. A expectativa é que o remédio seja comercializado nas farmácias no início deste ano.
Ambos são à base de semaglutida, substância cujo uso deve ser prescrito e acompanhado por médicos, inclusive devido ao risco de efeitos colaterais.
Segundo a BBC Brasil, em dezembro de 2023, as ações da farmacêutica caíram devido a preocupações sobre sua capacidade de produzir o medicamento Wegovy em quantidade suficiente para atender o mercado. Nos Estados Unidos, no mês passado, acabou a disponibilidade da versão 1,7 mg de Wegovy. Segundo a rede de notícias britânica, isso aconteceu apesar de suas linhas de produção operarem “24 horas por dia, sete dias por semana”, segundo informou a Novo Nordisk. As informações são do jornal Extra.
