Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2025
Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha, o que aumenta a demanda por ovo.
Foto: ReproduçãoO preço do ovo disparou em fevereiro e um dos motivos para isso é o “efeito-quaresma”. Trata-se de uma alusão ao período de 40 dias que antecedem a Páscoa e durante o qual os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha, o que aumenta a procura por ovos – demanda que pode, entretanto, manter-se após essa época do ano.
Mas não foi só isso que impactou a alta. O custo do milho (utilizado na ração das galinhas) e o calor intenso também tiveram influência.
No cumulado de 12 meses até fevereiro, o produto ficou 10,49% mais caro, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com produtores, o preço deve se normalizar até o fim da Quaresma.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é normal que o preço do ovo aumente antes e durante a quaresma, já que, nesse período, “há uma substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos”.
Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), diz que isso, de fato, costuma acontecer, mas que a alta de preço pré-Quaresma veio um pouco antes do esperado: “O efeito da Quaresma demora um pouco para aparecer, então foi uma surpresa”. O IOB é uma organização sem fins lucrativos mantida por empresas e associações do setor.
A alta do preço em fevereiro fez com que houvesse uma pequena retração nas vendas de ovos no atacado, informa o Cepea. No Espírito Santo, por exemplo, a quantidade menor de negociações criou uma pressão por descontos no Estado. Contudo, a instituição acredita que a demanda voltará a crescer por causa da Quaresma, o que pode evitar uma redução significativa nos valores.
(AG)