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Efeitos da estiagem refletem na produção das culturas de verão, informa Emater

Covatti Filho ressaltou as ações e políticas públicas fomentadas para minimizar os resultados da estiagem. (Foto: Cleuza Brutti/Emater/RS-Ascar)

Conforme números preliminares, as culturas de verão, especialmente milho e soja, tiveram grandes perdas em decorrência dos efeitos da estiagem que atinge o Rio Grande do Sul. Com a confirmação desses dados, mesmo com o resultado negativo na produção e produtividade, esta ainda será a quinta maior safra de verão da história do Estado, com produção de 28,7 milhões de toneladas e um impacto econômico no valor bruto superior a R$ 32 bilhões. Este levantamento sobre a situação das lavouras da safra de verão 2019/2020 foi apresentado na manhã desta terça-feira (3) na Expodireto Cotrijal, durante o tradicional encontro da Emater/RS-Ascar – conveniada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural – com a imprensa, em café da manhã organizado na Casa da Família Rural.

O diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, apresentou os dados coletados em todo o Estado, considerando a situação das lavouras até final de fevereiro deste ano. Analisando cada cultura, as grandes perdas envolvem as safras do milho, grão e silagem, e da soja. A área de plantio do milho no Estado, considerando a estimativa inicial e a área atual, teve aumento de 1,5%.

Porém, os reflexos da estiagem apontam redução superior a 20% na média de produção e na produtividade da cultura. A produção esperada para esta safra era de 5,9 milhões de toneladas e produtividade de 7,7 mil kg/ha, mas o cenário encontrado a partir do levantamento indica redução de 21% na produção (4,6 milhões de toneladas) e produtividade média de 5,9 mil kg/ha (redução de 22,3%).

Em relação ao milho silagem, a situação não difere. A redução da produção e da produtividade chegam a cerca de 20%. A expectativa de produção inicial era de 12,5 milhões de toneladas, e a estimativa atual é de 9,9 milhões de toneladas, redução de 20,7%. Em comparativo com a safra passada (2018/19), a cultura do milho reduziu 18% da sua produção (em torno de 1 milhão de toneladas a menos).

A soja também apresentou resultados negativos na estimativa da safra de verão. Entre a expectativa inicial e a estimativa atual, a redução na produção foi de 16,2%, nos mais de 5,9 milhões de hectares plantados. Dos esperados 19,7 milhões de toneladas, a cultura deverá encerrar a safra com produção aproximada de 16,5 milhões de toneladas. Em comparação com a safra passada (2018/19), a cultura apresenta redução de 10% na produção.

Os efeitos da estiagem afetaram as demais culturas de verão, como o feijão e o arroz. Em comparação com a expectativa inicial e a estimativa atual, a cultura sofreu queda de 7,4% na produtividade e uma redução de 8,7% na produção.

Os resultados da safra do arroz também foram negativos no Estado. A cultura teve redução de 1,8% na área plantada (são 944 mil hectares de área cultivados atualmente) e, consequentemente, queda na produção de 1,5% (110 mil toneladas a menos do que expectativa inicial, que era de 7,5 milhões de toneladas).

A safra das culturas de verão 2019/2020 – diferentemente da crescente produção nas últimas três safras (2017, 2018, 2019), que encerraram com saldo positivo – deve finalizar com uma produção de 28,7 milhões de toneladas, ainda assim será a quinta maior safra de verão da história do RS e gerará um impacto no valor bruto superior a R$ 32 bilhões na economia gaúcha.

Reflexo para o Estado

O diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, após anunciar os números de estimativa da safra, apontou que a redução na produção das culturas de verão já era prevista no início da safra, em função das dificuldades no clima. “Era uma preocupação constante. A heterogeneidade na circulação de chuvas contribuiu para esses resultados e isso causará a redução de rendimento por parte dos produtores”, disse. “Mesmo assim, apesar dos números, essa é considerada a quinta melhor safra do Estado, em virtude do incremento acentuado no rendimento de produção dos últimos anos.”

Rugeri afirmou que, por essa razão, a Emater sempre trabalhou em um tripé de ações que envolvem gestão, planejamento e profissionalismo, para avançar em sistemas de produção eficientes, considerando a conservação do solo, o uso de tecnologias que minimizem esses impactos, como irrigação, além das estratégias e políticas públicas que ajudem a mitigar as perdas.

O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, participou do anúncio da estimativa da safra e analisou os reflexos dos resultados e as consequências da estiagem no Estado. “Nós vemos algumas perdas muito significativas, em decorrência da estiagem, que ainda deixa o RS em alerta. Podemos ter ainda um agravamento dessa estiagem nos próximos dias, pois a previsão do tempo é sem chuvas, o que poderá transformar essa estiagem em seca, agravando ainda mais os reflexos negativos na safra de verão”, comentou.

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