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Egito e Israel chegam a acordo para abertura de fronteira no sul de Gaza, permitindo a saída de brasileiros e outros estrangeiros

Grupo está no sul da Faixa de Gaza próximo à fronteira com Egito. (Foto: Itamaraty/Divulgação)

Egito e Israel chegaram a um acordo para abrir as fronteiras entre o sul de Gaza e o país africano. O acordo, intermediado pelos Estados Unidos, é para que estrangeiros, na zona de guerra entre Israel e Hamas, sejam transportados por Rafah, na Península do Sinai, até o Egito.

Os Estados Unidos confirmaram à rede de TV Al-Jazeera que uma janela de seis horas havia sido aberta no início da manhã, no horário local. Segundo os EUA, pelo acordo, estrangeiros poderão cruzar a fronteira entre meio-dia e 17h no horário local (06h e 11h no horário de Brasília),

A expectativa era que os ônibus com estrangeiros conseguissem atravessar pelo corredor por volta de 12h desse sábado (14). No entanto, a passagem até Rafah, saindo do Sul de Gaza, foi cancelada pelo risco de bombardeios.

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou que a viagem foi suspensa por Israel. Segundo ele, além dos brasileiros, outras nacionalidades foram autorizadas a passar pelo corredor, no entanto, houve alerta de possíveis ataques, e o trajeto foi cancelado.

Candeas informou que brasileiros estão em segurança. Dezenove pessoas deixaram a escola em que estavam e foram para Khan Younes, no sul da Faixa de Gaza, neste sábado (14).

Dezesseis brasileiros – entre adultos e crianças – que passaram os últimos dias abrigados em uma escola da Cidade de Gaza, foram transferidos, em segurança, neste sábado (14), para a cidade de Rafah, ainda na Faixa de Gaza, mas perto da fronteira com o Egito, na região sul.

Inicialmente, o grupo aguardaria na cidade de Khan Yunis pela autorização do governo do Egito para ingressar em território egípcio e embarcar em um voo de volta ao Brasil. Contudo, já com o grupo em Khan Yunis, as autoridades optaram por transferir os brasileiros para Rafah.

Em nota, o Palácio do Planalto apontou que, além de “garantir uma noite mais tranquila” para os 16 brasileiros, a “pequena casa” que o governo alugou em Rafah fica “a uma caminhada de distância do posto de fronteira com o Egito”.

Em segurança

Embora parte de Khan Yunis tenha sido atingida, neste sábado, por ataques israelenses, os outros 12 brasileiros que já estavam na cidade, esperando autorização para atravessar a fronteira com o Egito, permanecerão ali.

“Eles moram em Khan Yunis, então não precisavam sair de suas casas e ir para a casa que o governo alugou [em Rafah] para o pessoal que estava na escola da cidade de Gaza”, explicou o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, comentando que os dois grupos estão separados por cerca de 13 quilômetros.

“Mas, assim que abrir a janela da fronteira, permitindo a imigração, a passagem do nosso pessoal, os dois grupos passarão juntos”, assinalou.

Somados os dois grupos, há 14 crianças, oito mulheres adultas e seis homens aguardando, na Palestina, pelo momento de embarcar de volta ao Brasil. Uma aeronave da Presidência da República – um VC-2 com capacidade para até 40 passageiros, mais tripulantes – já está estacionada em Roma, na Itália, à espera do momento oportuno para seguir viagem para o Egito.

O governo brasileiro já resgatou da área de conflito 701 brasileiros e seus familiares, em quatro voos da Força Aérea Brasileira (FAB).

Região de conflito

O Ministério das Relações Exteriores estima que serão necessários ao menos 15 voos para trazer de volta ao país todos os brasileiros que solicitaram ajuda do corpo diplomático para deixar a região do conflito.

Mais de 2,7 mil cidadãos brasileiros atualizaram seus dados pessoais por meio do formulário que a embaixada brasileira em Tel Aviv disponibilizou na internet, mas, conforme explicou o diretor do Departamento Consular do Itamaraty, Aloysio Mares Dias Gomide Filho, nem todos manifestaram intenção de deixar a região neste primeiro momento.

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