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Mundo “Eixo do mal 2.0”: como a Coreia do Norte, China, Irã e Rússia formaram um quarteto do caos para o Ocidente

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O envio de soldados norte-coreanos para a Rússia foi denunciado pela Ucrânia e Coréia do Sul. (Foto: KCNA)

Informações de inteligência sobre o envio de milhares de soldados norte-coreanos para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia acenderam um alerta em Washington de que uma crescente coordenação entre países anti-Ocidente esteja criando uma ameaça mais ampla e urgente para a segurança internacional. As autoridades americanas têm alertado sobre o assunto em discursos e conversas a portas fechadas em todo o mundo.

Formado pelos governos da China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, o grupo foi batizado de “quarteto do caos” pela revista The Economist em artigo publicado em 22 de setembro. Segundo a publicação, esses países estariam trocando ativamente armas, suprimentos industriais e, mais importante, conhecimento.

O intercâmbio entre eles funcionaria assim: Teerã e Pyongyang fornecem drones a Moscou, enquanto este compartilha informações com Teerã sobre como bloquear drones e desabilitar sistemas de GPS. Também envia armamento militar ocidental apreendido para o regime dos aiatolás para que possam analisar os kits e teria fornecido dados de satélite para os rebeldes houthis atacarem navios no Mar Vermelho em janeiro. O grupo iemenita faz parte do “Eixo da Resistência”, grupo de milícias pró-Irã formado ainda pelo movimento xiita Hezbollah, no Líbano, e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.

Pequim, por sua vez, participaria com envio de microeletrônicos e maquinários para Moscou. O governo dos EUA estima que 90% das importações de microeletrônicos da Rússia e 70% de seu maquinário agora vêm da China, sendo que grande parte disso é de uso duplo (cívico-militar), o que significa que pode ser usado para fabricar armas que alimentam a indústria de guerra russa.

Novo eixo do mal

O grupo ganhou um acrônimo próprio: CRINK, formado por suas iniciais em inglês.

Segundo o site Politico, estaria surgindo um novo “eixo do mal” (ou “eixo do ódio”, como escreveu o New York Times), referindo-se ao termo aplicado por George W. Bush, ex-presidente dos EUA, aos países que, segundo ele, apoiavam o terrorismo, incluindo Irã, Iraque e Coreia do Norte.

Há também os especialistas que traçam paralelos com as forças do Eixo da Alemanha nazista, Japão imperial e Itália fascista durante a Segunda Guerra Mundial, com conclusões preocupantes:

“Rússia, China, Irã e Coreia do Norte agora cooperam há mais tempo, e de mais maneiras, do que qualquer um dos futuros países do Eixo da década de 1930”, alerta Philip Zelikow, no Texas National Security Review, um periódico militar e de segurança.

Potências

Duas semanas antes da invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022, Moscou e Pequim anunciaram uma parceria “sem limites” em uma declaração conjunta de 5 mil palavras quando Putin visitou o presidente Xi Jinping na China. Em junho deste ano, foi a vez de Moscou estreitar os laços com Pyongyang. Durante uma visita do presidente russo, Vladimir Putin, à capital norte-coreana, foi assinado o Tratado de Associação Estratégica Integral, que, pelo o que foi divulgado publicamente, prevê ações de defesa mútua em caso de ataque aos países.

Esse alinhamento reuniria duas potências com armas nucleares de longa data (Rússia e China), um Estado que se acredita ter montado uma série de ogivas nucleares ilegais (Coreia do Norte) e o Irã, que, segundo os EUA, provavelmente poderia montar uma arma desse tipo em questão de semanas.

Para o secretário de Estado americano, Antony Blinken, trata-se de “potências revisionistas”.

“Embora esses países não sejam um eixo, e o governo tenha deixado claro que não busca um confronto em bloco, as escolhas que essas potências revisionistas estão fazendo significam que precisamos agir de forma decisiva para evitar esse resultado”, escreveu Blinken na edição de novembro/dezembro da publicação Foreign Affairs.

O envio de soldados norte-coreanos para a Rússia foi denunciado, na semana passada, pela Inteligência da Coreia do Sul e da Ucrânia. Posteriormente, a Casa Branca confirmou as informações, mas sem apresentar provas. Na quinta-feira, durante o encerramento da cúpula do Brics, na Rússia, Putin despistou sobre o assunto dizendo que “se houver imagens” dos soldados, elas “refletem alguma coisa”. Nesta sexta-feira, Pyongyang declarou que qualquer envio de tropas estaria de acordo com as normas do direito internacional, mas não confirmou o envio de soldados para a Rússia.

A China nega que faça parte de uma aliança militar com Rússia, Irã e Coreia do Norte. Mas, para analistas, o fato é que sua presença é fundamental para fortalecer essa relação.

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