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“Ele não ia parar”, desabafa vítima de ginecologista condenado a 35 anos de prisão por abuso sexual

Médico ginecologista foi condenado por abusar sexualmente de 13 mulheres no consultório em que atendia em Maringá, no norte do Paraná. (Foto: Reprodução)

Uma das vítimas de Felipe Sá, médico ginecologista condenado por abusar sexualmente de 13 mulheres no consultório em que atendia em Maringá, no norte do Paraná, desabafou que se sentiu aliviada ao saber que o médico foi sentenciado a 35 anos de prisão.

“Eu sei de muitas outras [mulheres] que não denunciaram. Isso não ia acabar, ele não ia parar com isso. Acho que é tentar barrar mesmo. Não só ele, mas talvez que esse caso e a repercussão que ele teve, possa inibir que outros profissionais tenham condutas semelhantes a essa. Existe punição e, por mais que a gente não acredite muito, a Justiça aconteceu”, afirma ela, que prefere não ser identificada. A declaração foi dada em entrevista para a RPC na manhã dessa terça-feira (3).

As investigações contra o ginecologista Felipe Sá começaram em janeiro de 2023. Na sexta-feira (30), ele foi condenado 13 vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude.

Em nota, a defesa do médico disse que está analisando a sentença, mas afirmou que vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Ele responde em liberdade.

Além da pena, Sá também perdeu a titulação de ginecologista e deverá pagar indenização para as vítimas.

Para a vítima, saber que Sá teve o registro médico suspenso e que agora não poderá mais atuar como ginecologista foi uma vitória.

“Eu e outras mulheres, o que a gente conversou sobre isso, o que a gente sempre quis é que ele perdesse o direito de exercer a Medicina. Então assim, ele vai ser preso por, sei lá, agora 35 anos, 30, um ano… não importa. A gente só queria que ele perdesse o direito de exercer a Medicina, de não fazer isso de novo”, desabafa.

O médico está solto desde dezembro do ano passado e é monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele responderá ao processo em liberdade até se esgotarem as chances de recurso. Para a vítima, ainda assim a sensação é de alívio.

“Penso que todas as mulheres que denunciaram ficaram com uma sensação semelhante. Alívio. Porque independentemente do tempo que saiu essa sentença para ele cumprir, ele é culpado, ele foi condenado. […] O alívio é impagável. Tudo que a gente fez… que a gente passou… teve um desfecho e esse desfecho foi justo”, desabafou.

Condenação

Na sexta-feira (30), o ginecologista Felipe Sá foi condenado 13 vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude. A pena total é de 35 anos, um mês e nove dias de prisão e deve ser cumprida em regime fechado.

A decisão também prevê que o médico pague R$ 15 mil para cada uma das 13 vítimas dos casos pelos quais foi condenado. Somadas, as multas chegam a R$ 195 mil.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que o médico está com registro profissional suspenso e passa por um Processo Ético-Profissional para apurar as denúncias. As informações são do portal de notícias G1.

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