Apesar de ter revisado para cima previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o terceiro trimestre e para 2024, o Boletim Macro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), alerta que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos complica ainda mais o cenário doméstico já incerto do Brasil. Isso porque a expectativa de um ciclo de queda de juros menor nos EUA dificulta a vida de economias que precisam ser financiadas. O cenário de inflação persistente e a expectativa de juros elevados aqui devem limitar o ritmo de expansão nos próximos anos, principalmente das atividades cíclicas, alerta.
Na edição de novembro, o Boletim lembra que a vitória de Trump, com o Partido Republicano conquistando maioria na Câmara dos Deputados e no Senado, indica que as propostas feitas durante a campanha devem ser aprovadas.
“Entre os principais temas com forte impacto econômico, temos o aumento de barreiras e tarifas às importações, com destaque para aquelas vindas da China, redução de impostos e da regulação, e combate à imigração. São medidas que vão pressionar os preços, gerando um aumento na inflação, que vai dificultar a queda da taxa de juros, dessa forma fortalecendo o dólar”, diz o texto.
Na edição de novembro, o Boletim lembra que a vitória de Trump, com o Partido Republicano conquistando maioria na Câmara dos Deputados e no Senado, indica que as propostas feitas durante a campanha devem ser aprovadas. “Entre os principais temas com forte impacto econômico, temos o aumento de barreiras e tarifas às importações, com destaque para aquelas vindas da China, redução de impostos e da regulação, e combate à imigração. São medidas que vão pressionar os preços, gerando um aumento na inflação, que vai dificultar a queda da taxa de juros, dessa forma fortalecendo o dólar”, diz o texto.
“Como esperado, o processo de convergência para a meta de inflação está muito mais desafiador. Os dados divulgados mostram que a inflação de serviços, com destaque para os serviços subjacentes, tem acelerado”, afirma o texto.
“Em segundo lugar, dados referentes ao mercado de trabalho e à atividade econômica continuam surpreendendo para cima. A taxa de desemprego atingiu 6,5% em termos dessazonalizados em setembro, o menor nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, iniciada em 2012, e potencialmente a menor taxa de desemprego desde o início dos anos 2000. As previsões para outubro apontam novo recorde histórico.”
Também por conta disso, Matos prevê, ainda em 2025 e 2026 o processo inflacionário deve ser mais persistente e resistente. “Isso já está sendo precificado. Quando o cenário internacional fica mais apertado nesse aspecto [inflacionário], torna-se mais difícil para o nosso caso e para qualquer país em um processo de desinflação”, diz.
Nesse contexto, ela acrescenta que com o “crescimento exacerbado real das despesas [aqui], criou-se uma bomba relógio”, o que faz o governo estar em um momento em que “precisa realmente tomar algumas decisões [que são] difíceis politicamente”, no sentido de endereçar uma redução de gastos. Na primeira sessão, o Boletim afirma que dados de atividade têm vindo acima do esperado, o que levou o FGV Ibre a revisar a previsão de crescimento do PIB do terceiro trimestre de 0,1% para 0,7%, ante o segundo trimestre, e do 2024 de 2,9% para 3,3%.
O texto destaca a expressiva aceleração de atividades relacionadas ao ciclo econômico, que, teoricamente, são mais sensíveis à política monetária. “[No] ano passado essas atividades contribuíram com 1,2 ponto percentual do crescimento de 2,9% do PIB e, para este ano, é esperado contribuição de 2,8 ponto percentual dos 3,3%. Um ano totalmente difere totalmente diferente de 2023, quando o destaque foram atividades como a agropecuária e a indústria extrativa”, diz o Boletim.