Quinta-feira, 04 de julho de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Eleição na França neste final de semana lança incerteza sobre a estabilidade europeia

Compartilhe esta notícia:

Para a UE, um governo minoritário de extrema direita seria um pesadelo. (Foto: Reprodução)

A França, e por tabela a União Europeia, pode dar um salto no escuro com as eleições legislativas deste fim de semana. Há riscos importantes, tanto do ponto de vista político como econômico. Essas incertezas podem causar volatilidade nos mercados europeus e talvez globais nos próximos meses.

Neste domingo (30) os franceses irão eleger a nova Assembleia Nacional (o Parlamento), numa votação antecipada pelo presidente Emmanuel Macron após a derrota de seu partido nas eleições europeias, no início de junho. Foi uma aposta arriscada do presidente, cujo partido hoje lidera o governo, mas sem maioria. A Presidência não está em disputa, e Macron continuará no cargo até 2027.

A média das pesquisas feita pela “The Economist” indica que o partido de extrema direita Reunião Nacional, liderado por Marine Le Pen, lidera com cerca de 37% dos votos. Em segundo lugar está a coligação de esquerda/extrema esquerda Nova Frente Popular, com 29%. O Juntos, coligação centrista de Macron, está em terceiro, com 21%.

A nova Assembleia Nacional elegerá o primeiro-ministro. Os candidatos são: Jordan Bardella (Reunião Nacional), de apenas 28 anos, o esquerdista Manuel Bompard (38 anos) e o atual premiê Gabriel Attal (35 anos), pelo Juntos. Nada impede, porém, que outro nome surja das negociações. O provável impasse no Parlamento já aponta para negociações difíceis e para um governo fraco e dividido.

A França tem sistema de governo misto, no qual o premiê e o presidente dividem as atribuições. O presidente formalmente cuida de política externa e defesa. O premiê, das políticas internas. Mas quando o premiê é do mesmo partido do presidente, como hoje, este último é quem de fato lidera o governo.

Quem quer que venha a liderar o país nesse cenário, seja um governo de coalizão fraco, seja um governo minoritário de extrema direita, terá dificuldade de aprovar reformas importantes na Assembleia. Há um risco real de paralisia política. E, diante das promessas de campanha eleitoral, será ainda mais difícil realizar o ajuste fiscal de que o país precisa.

A principal preocupação dos eleitores, segundo as pesquisas, é a inflação, com queda do poder aquisitivo. A guerra na Ucrânia fez a UE deixar de comprar gás e petróleo da Rússia, o que gerou uma crise energética no continente. O preço da energia disparou, elevando a inflação e comendo uma parte maior da renda das famílias.

Tanto a direita como a esquerda estão prometendo mais gasto público e cortes de impostos para ajudar a população. Mas a França dificilmente poderá pagar esse tipo de bondade. Ao contrário, o país precisa de um ajuste fiscal. O déficit público, de 5,4% em 2023, está muito alto. Quase todos os países aumentaram dramaticamente o gasto durante a pandemia de covid-19, e muitos, como a França, estão com dificuldade de reduzi-lo. A média do déficit dos 27 países da UE foi de 3,5% no ano passado. A por ora suspensa regra do euro prevê déficit de até 3% do PIB.

Extrema direita

Pesquisa feita pelo “Financial Times” indica que os franceses confiam mais na extrema direita para ajustar a economia. O risco maior é que aconteça algo parecido com a crise financeira de 2022 no Reino Unido. À época, a então nova premiê, a conservadora Liz Truss, propôs um programa econômico com aumento de gastos e corte de impostos, visto como inconsistente pelos mercados. Após forte queda nos ativos financeiros, foi obrigada a renunciar. Uma crise de confiança similar na França poderia abalar o euro, com repercussões globais. As principais bolsas europeias e o euro estão em queda desde a decisão de Macron de antecipar eleições.

Para a UE, uma coalizão de governo fraca na França seria um cenário ruim, mas um governo minoritário de extrema direita seria um pesadelo. Apesar de as decisões mais importantes na relação com a UE (como a escolha do presidente da Comissão Europeia) serem de atribuição de Macron, um governo francês de extrema direita pode dificultar a governança europeia. Tradicionalmente a UE tem dois motores políticos, a França e a Alemanha. Quando os dois funcionam bem e em conjunto, o bloco avança. Após as eleições francesas, o mais provável é que os dois governos estejam enfraquecidos politicamente, o que lança uma sombra de incertezas sobre o futuro da UE.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Acionistas minoritários das Americanas exigem indenização para reaver prejuízo com ações, e pedem investigação nos Estados Unidos
Extrema direita francesa amplia liderança em pesquisa para eleição deste domingo
https://www.osul.com.br/eleicao-na-franca-neste-final-de-semana-lanca-incerteza-sobre-a-estabilidade-europeia/ Eleição na França neste final de semana lança incerteza sobre a estabilidade europeia 2024-06-29
Deixe seu comentário
Pode te interessar