Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2024
A vice-presidente dos EUA e candidata do Partido Democrata à Casa Branca, Kamala Harris, desafiou o ex-presidente republicano Donald Trump para um novo debate televisivo entre ambos, após o embate do início deste mês, em que levou vantagem sobre o adversário segundo analistas e pesquisas com o eleitorado. O ex-presidente respondeu horas depois, afirmando ser “muito tarde” para uma nova disputa.
A campanha democrata confirmou no sábado que Kamala aceitou um convite feito pela rede CNN para um debate com Trump, que seria realizado no dia 23 de outubro, poucos dias antes da eleição, que acontece no dia 5 de novembro. A realização do debate dependia da confirmação de Trump – que já havia se mostrado avesso a ideia de uma nova disputa, tendo acusado a rede ABC News, realizadora do primeiro debate com Kamala, de parcialidade. Ele havia debatido com Biden na CNN, sem nenhuma reclamação posterior.
“A vice-presidente está pronta para outra oportunidade de dividir o palco com Donald Trump”, disse a gerente de campanha de Kamala, Jen O’Malley Dillon, em comunicado. “Trump não deverá ter problemas em aceitar este debate”.
Em uma publicação na rede social X, Kamala afirmou que “aceitaria de bom grado” um novo embate com Trump, passando a responsabilidade do desfecho para o republicano. “Espero que Donald Trump se junte a mim”, acrescentou.
Embora alguns dos conselheiros de Trump terem defendido de que ele debatesse novamente com Kamala – ou que ele pelo menos considerasse a ideia –, o ex-presidente negou o desafio pouco após a comunicação democrata.
“O problema sobre outro debate é que é tarde demais, a votação já começou”, disse Trump em um comício na Carolina do Norte, referindo-se à votação antecipada, que já começou em três Estados.
Apontada como vencedora do debate realizado na rede ABC News, em 10 de setembro, Kamala usou uma estratégia que incluiu ironizar o ex-presidente mesmo quando não estava com a palavra, com um forte uso de expressões faciais que pareceram desestabilizar Trump. Promotora de carreira, Kamala conseguiu manter o adversário na defensiva, sem que fosse capaz de usar sua retórica inflamada para atacar temas sensíveis à democrata.
Ao sair do palco no dia do debate, Trump rompeu com o protocolo tradicional e foi até a sala de imprensa montada na emissora para conversar com os jornalistas e dar suas próprias impressões sobre o desempenho. Afirmou ter feito seu “melhor debate de todos os tempos” e disse ter vencido.
“A pessoa perdedora, o lutador, o debatedor, eles sempre pedem uma revanche. Eu ganhei o debate”, disse Trump, defendendo sua tese, minutos após as câmeras serem desligadas.
O republicano também fez críticas à rede que organizou o debate, apontando que os apresentadores teriam sido parciais ao corrigi-lo durante o programa – Trump foi desmentido dezenas de vezes por uma checagem de fatos em tempo-real. Ele chegou a declarar que o debate havia sido de 3 contra 1, sendo acompanhado por alguns de seus correligionários.
Há confirmação para um debate entre o governador de Minnesota, Tim Walz, e o senador de Ohio, J.D. Vance, companheiros de chapa de Harris e Trump, marcado para 1º de outubro. As informações são dos jornais O Globo e The New York Times e da agência de notícias AFP.