Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2022
Os eleitores colombianos que foram às urnas neste domingo (29) para votar no primeiro turno das eleições presidenciais no país. Com a maior parte das urnas apuradas, o segundo turno vai contar com Gustavo Petro, seguido pelo candidato independente Rodolfo Hernández.
Petro é o candidato de esquerda. Ele ficou em primeiro lugar, com 40,4% dos votos. (para levar o pleito em primeiro turno, seria preciso ter mais de 50% dos votos). O segundo turno das eleições colombianas está marcado para o dia 19 de junho.
Petro já foi deputado duas vezes, senador e prefeito da cidade de Bogotá. Essa é a terceira vez que se candidata à presidência (ele foi derrotado em 2010 e 2018).
Entre as propostas de Petro estão uma reforma para eliminar impostos de produtos da cesta básica e taxação de grandes fortunas e avançar com a reforma agrária, além de retomar as negociações com os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), que foram interrompidas pelo atual presidente, Iván Duque.
Ele ainda propôs em impor um prazo de validade para o funcionamento da indústria petrolífera do país, através da suspensão dos contratos de exploração, com o objetivo de avançar para “uma economia produtiva, não-extrativista” e fazer uma “transição para as energias limpas”. Esta última proposta ainda assusta os mercados, já que a extração de petróleo representa cerca de 5% do PIB colombiano.
Recentemente, Hernández obteve o apoio da ex-refém da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Íngrid Betancourt, a única mulher que disputava a eleição, e que decidiu desistir da corrida devido aos maus resultados nas sondagens.
Candidato do movimento Liga de Governadores Anticorrupção, criada por ele mesmo, Hernández evita se definir politicamente, embora suas propostas tendam mais ao populismo.
Em sua carreira política fez do título de “engenheiro” algo indissociável de seu nome, dando a ideia de que por ser rico não precisaria roubar dos cofres públicos.
O empresário chegou à disputa pela presidência com algumas polêmicas pelo caminho, como uma entrevista em 2016 na qual afirmou que admirava Adolf Hitler ou quando agrediu em 2018 um vereador.
Eleições de 2018
A última eleição presidencial, em 2018, foi dominada por um tema: o acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Naquele ano, o país elegeu o presidente Iván Duque pouco depois de ter votado contra um referendo sobre o acordo.
Duque é um aliado do ex-presidente Álvaro Uribe, que foi contrário ao acordo de paz desde o princípio.