Sábado, 01 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2024
Número supera a eleição municipal anterior.
Foto: ReproduçãoA campanha eleitoral deste ano registrou, até o momento, 338 casos de violência política de julho a setembro, segundo levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio).
Mais da metade dos episódios foi de violência física, como no caso do prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva (Podemos), na tarde de sexta-feira (18). Entre os casos registrados pelo grupo da Unirio, 88 são de atentados, que deixaram 33 mortos.
Segundo o estudo, lideranças políticas sem cargo representam a maior parte dos alvos na campanha (166). Os homens (71%), pessoas entre 40 e 59 anos (52%) e aqueles com ensino superior completo (61%) são as vítimas mais comuns, de acordo com a pesquisa.
O levantamento aponta que a campanha deste ano superou a de 2022 em número de casos de violência política. Foram 263 episódios há dois anos, mesmo havendo mais cargos em disputa. Nas eleições municipais de 2020, realizadas durante a pandemia, foram 235 casos.
O Estado de São Paulo concentra o maior no número de casos de violência política, com 58 episódios de julho e setembro. As vítimas estão distribuídas em 25 partidos, mas a maior parte delas é do União Brasil, PT e MDB. A Polícia Civil de São Paulo localizou um segundo veículo que teria sido usado por suspeitos no atentado a tiros contra Aprígio, em Taboão da Serra. Na tarde de sexta, a polícia havia localizado um Nissan March vermelho, que tinha sido incendiado à beira do Rodoanel, na altura do quilômetro 21, em Osasco (SP), também suspeito de ter sido usado pelos autores do crime. Foram encontradas munições no interior do primeiro carro.
O segundo veículo também foi achado em Osasco, mas em uma residência. A moradora informou que o carro era usado pelo filho, de 33 anos. O automóvel foi apreendido e a polícia procura o suspeito, que não teve o nome divulgado.
O delegado seccional Hélio Bressan, de Taboão da Serra, não descartou nem confirmou a possibilidade de crime político.
“A Polícia Civil nunca descarta nada. Nós vamos apurar o fato, seja lá o que aconteceu, e vamos dar essa resposta”, disse.
Aprígio foi atingido por um tiro no ombro esquerdo no momento em que retornava de um compromisso de campanha a bordo de um carro blindado com mais três pessoas, na Avenida Aprígio Bezerra da Silva, que homenageia o falecido pai do prefeito. De acordo com sua equipe, outro veículo se aproximou pela lateral e disparou várias vezes, conseguindo perfurar a blindagem do carro. Só o candidato se feriu.
O prefeito foi socorrido numa Unidade de Pronto-Atendimento da cidade. Depois, foi levado ao Hospital Albert Einstein, na capital paulista.
O prefeito tem 72 anos e permanece na UTI do Einstein, embora esteja estabilizado, segundo nota divulgada pela prefeitura. Aprígio disputa o segundo turno contra Engenheiro Daniel (União), que recebeu 48,98% dos votos válidos na primeira votação. O candidato à reeleição teve 25,93% no primeiro turno.