Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2024
Neste ano, o percentual de candidatos negros (soma de pretos e pardos) registrados nas eleições para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores é o maior das últimas três campanhas. Segundo o painel de perfil dos candidatos na plataforma do TSE (Tribunal Superior Eleitoral): em 2016, 47,75% dos candidatos se declararam negros; em 2020, os autodeclarados negros eram 50,02%; e, em 2024, eles somam 52,73%.
Esta é a segunda disputa municipal em que o percentual de candidaturas negras é superior ao de candidaturas brancas, que vem caindo a cada eleição: em 2016, 51,45% dos candidatos se declararam brancos; em 2020, eles eram 48,04%; e, em 2024, somam 45,65%.
Entre indígenas, o percentual teve um pequeno crescimento: em 2016, eram 0,35%; em 2020, 0,4%; e, em 2024, são 0,55%.
Já as candidaturas dos autodeclarados amarelos voltaram a subir, após discreta queda entre 2016 e 2020: em 2016, eram 0,44%; em 2020, 0,35%; e, em 2024, são 0,39%. Na atual disputa, mais de 3 mil candidaturas (0,69% do total) não fizeram declaração racial.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o perfil racial da população brasileira, tomada no conjunto, divide-se da seguinte forma: pardos são 92,1 milhões (45,3% do total); brancos são 88,2 milhões (43,5%); pretos saltaram para 20,7 milhões (10,2% da população); indígenas* agora são 1,7 milhão (0,8%); e amarelos são 850 mil (0,4%).
Na quinta-feira (15), o Senado aprovou a PEC da Anistia, como ficou conhecida a Proposta de Emenda à Constituição que deve livrar os partidos de multas por descumprimento de repasses mínimos para candidaturas negras. (O dispositivo também perdoa outras irregularidades em prestações de contas eleitorais.)
O percentual de candidatos que se declaram pretos tem subido desde 2016, quando eram 8,6%. Em 2020, o número passou para 10,5%, chegando a 11,3% em 2024. Já os pardos tiveram um aumento percentual menos expressivo entre 2016 e 2020, passando de 39,1% para 39,5%. Agora, são 41,3%.
Diretor executivo da Legisla Brasil, Fernando Moura afirma que esses números precisam ser celebrados, mas com ressalvas. Isso porque há uma disparidade entre o percentual de candidaturas negras e o percentual de negros eleitos.
Em 2020, o perfil médio dos prefeitos eleitos no 1º turno era homem, branco, casado, com ensino superior completo e 49 anos, e tinham “prefeito” como profissão declarada.
“Entre os prefeitos eleitos em 2020, tivemos apenas 32% de negros. E, entre os vereadores eleito, só 44% de negros”, diz Moura.
Ele avalia que candidatos a prefeitos podem ter mais investimento dos partidos: “É um cargo muito mais relevante para os partidos. Logo, faz sentido investirem mais em eleger para esses cargos. O partido, ao identificar que uma candidatura é competitiva, por ser uma liderança comunitária com uma base de simpatizantes e seguidores grandes, por exemplo – isso se torna um investimento estratégico”. As informações são do portal de notícias G1.