Sábado, 08 de março de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
29°
Thunder in the Vicinity

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Eleições 2024: resultados municipais tiram força da polarização entre Bolsonaro e Lula

Compartilhe esta notícia:

O PSD, liderado por Gilberto Kassab, termina o processo como o grande vencedor, com 887 prefeitos eleitos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O resultado final das eleições municipais deste ano relativiza a polarização nacional entre os campos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu antecessor, Jair Bolsonaro. Quem ocupou o espaço do centro no segundo turno, na grande maioria das 50 disputas, foi o vencedor. Os candidatos que não conseguiram sair do espectro ideológico de seus partidos, na maior parte dos casos, foram derrotados.

O PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab terminou o processo eleitoral com o maior número de municípios (887). Venceu no domingo 9 dos 10 segundos turnos que disputou, inclusive em Belo Horizonte e Curitiba, respectivamente, com Fuad Noman e Eduardo Pimentel.

O segundo em número de municípios é o MDB, que reelegeu Ricardo Nunes em São Paulo e Sebastião Melo em Porto Alegre e elegeu Igor Normando em Belém. No total a sigla ficou com 854 municípios. Na divisão por eleitorado governado, MDB e PSD praticamente empataram na liderança, o primeiro administrando 27,7 milhões de eleitores e o segundo, 27,6 milhões.

“A eleição mostrou uma direita com cara, uma esquerda com cara e um centro que está ficando com uma cara”, afirmou Kassab, classificando como líder da primeira categoria o ex-presidente Jair Bolsonaro e o da segunda, o presidente Lula.

Kassab coloca ao centro o seu próprio partido, o MDB e o União Brasil e diz que em relação a 2026 está tudo em aberto. “O problema do centro no Brasil é a falta de opções majoritárias”, diz. Segundo o ex-prefeito, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é uma liderança estadual, e não nacional.

O PL venceu em apenas 6 das 22 disputas em segundo turno de que participou. Das 9 capitais em que estava no páreo, levou duas: Cuiabá, com Abílio Brunini, e Aracaju, com Emília Corrêa. Mas colheu bons resultados nas cidades de interior de grande porte, sendo sua vitória mais importante em Guarulhos (SP), com Lucas Sanches. Soma 516 municípios que correspondem a 19 milhões de eleitores.

Onde o ex-presidente Jair Bolsonaro entrou diretamente no segundo turno contra governadores, perdeu. Foi o caso de Goiânia, em que esteve no próprio domingo (27) para tentar derrotar o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O bolsonarista Fred Rodrigues (PL), contudo, tomou uma virada e perdeu para Sandro Mabel (União Brasil).

Bolsonaro também teve insucessos em algumas capitais onde o governador não teve papel relevante no segundo turno. Em Manaus, o presidente e sua família participaram ativamente da campanha do Capitão Alberto Neto (PL). Quem ganhou, contudo, foi o prefeito David Almeida (Avante). Em Belo Horizonte, o ex-presidente e seu grupo político entraram de cabeça na candidatura de Bruno Engler, mas prevaleceu Fuad Noman, depois de uma campanha extremamente agressiva.

O ex-presidente teve uma participação quase simbólica na eleição de Ricardo Nunes em São Paulo e na de Eduardo Pimentel em Curitiba. Flertou no primeiro turno com Pablo Marçal na eleição paulistana e no segundo turno com a jornalista Cristina Graeml, do PMB, em Curitiba. As vitórias de Nunes e Pimentel são produto direto do esforço dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve participação discreta nas eleições municipais. Na única vitória do PT nas capitais, em Fortaleza com Evandro Leitão, o elemento decisivo foi a capacidade do grupo político liderado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em cooptar partidos e eleitores de fora da esquerda.

O PT sai melhor do que em 2020, o fundo do poço do partido, mas muito aquém do que já foi durante o primeiro governo de Lula e na administração de Dilma Rousseff. Elegeu 252 prefeitos, somando um eleitorado governado de 7,6 milhões de eleitores, o equivalente a 4,9% do total nacional.

Fora do PT, o PSB conseguiu se expandir em relação ao resultado de 2020, embora não tenha ganhado as duas disputas de segundo turno de que participou.

O Psol termina o processo eleitoral com 17 vereadores a menos do que elegeu há quatro anos e sem nenhum prefeito. A votação de Guilherme Boulos em São Paulo no segundo turno, de 40,65%, foi apenas 0,03 ponto percentual superior à obtida por ele no segundo turno de 2020, contra Bruno Covas (PSDB), o que significa extrema dificuldade de ampliar o eleitorado.

O Novo conseguiu manter no primeiro turno a prefeitura de Joinville (SC) e no segundo turno ganhou em Taubaté (SP), mas sua única liderança nacional, o governador mineiro Romeu Zema, não se saiu bem na eleição. As vitórias de Fuad Noman em Belo Horizonte e de Elisa Araújo em Uberaba fortalecem o PSD do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que se articulam para disputar a eleição estadual em 2026 possivelmente em parceria com o PT.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Ala do PDT quer Ciro Gomes fora do partido, mas cúpula da sigla descarta expulsão
Afastamento de cinco desembargadores muito bem pagos pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul constrange a sociedade
https://www.osul.com.br/eleicoes-2024-resultados-municipais-tiram-forca-da-polarizacao-entre-bolsonaro-e-lula/ Eleições 2024: resultados municipais tiram força da polarização entre Bolsonaro e Lula 2024-10-28
Deixe seu comentário
Pode te interessar