O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve dar início às negociações com aliados e membros de partidos da base no Congresso para viabilizar, ainda no começo deste segundo ano de mandato, uma reforma ministerial ampla, a exemplo da ocorrida em 2004, no seu primeiro governo.
Interlocutores do petista dão como certa a reestruturação e dizem que ele levará em consideração três fatores para reorganizar a Esplanada dos Ministérios: o desempenho dos subordinados, a participação de alguns deles nas eleições municipais e a possibilidade de ampliar apoios no Parlamento com as trocas.
Segundo informações do Estadão/Broadcast, o mais provável é que o presidente comece a avaliar as substituições desta gestão ainda em janeiro. Mas as demissões e novas nomeações ainda não têm data certa para ocorrer. Lula costuma tomar o tempo que achar necessário para esse tipo de decisão, mesmo sob pressões externas.
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Nesta nova rodada de mudanças, já há especulações sobre possíveis nomes que poderiam fazer parte do governo. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por exemplo, é cotada para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social no lugar de Wellington Dias ou a Secretaria-Geral da Presidência da República, no lugar de Márcio Macêdo.
Petistas avaliam que Dias tem tido dificuldades para promover o combate à fome no debate público, uma das pautas centrais para o partido e o presidente. No caso de Macêdo, setores do PT insistem que ele poderá ser candidato a prefeito de Aracaju e precisará deixar o ministério para concorrer.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também corre o risco de perder o cargo na reforma. Ele é criticado dentro do governo há meses. Sua demissão foi especulada na minirreforma de setembro de 2023. Prates tem acumulado atritos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e outros membros do primeiro escalão, como Rui Costa (Casa Civil).
Outra especulação é sobre a possível saída de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações. Os descontentamentos com ele no governo vão além de seu desempenho como ministro. Juscelino tem sido alvo de acusações de irregularidades desde o primeiro semestre de 2023 e é investigado pela Polícia Federal.