Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2020
Em busca de um segundo mandato consecutivo na prefeitura de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) tem como adversário neste domingo (29) de segundo turno o candidato Guilherme Boulos (Psol). Representantes de uma nova geração na política, ambos são estreantes na disputa pelo cargo – Covas assumiu o cargo por ser vice de João Doria, que deixou o cargo para concorrer (e vencer) a governador.
No primeiro turno, o tucano obteve 1.754.013 votos (32,85%), ao passo que o seu concorrente ficou com 1.080.736 votos (20,24%) – uma diferença menor que a estimada por diversos analistas políticos.
Se voltar a vencer a disputa, Covas será o terceiro político do PSDB a conquistar pelo voto o comando do Executivo paulistano desde a redemocratização brasileira, em 1985. Os outros dois foram José Serra (2005-2006) e João Doria (2017-2018).
Já Boulos, que concorreu à presidência da República em 2018 (ficou em décimo lugar, com menos de 1%), “avançou de fase” após romper em âmbito municipal a hegemonia do PT na esquerda – esta também é primeira vez nos últimos 35 anos em que o partido do ex-presidente Lula não chega ou em primeiro ou em segundo lugar na disputa pelo comando da maior cidade brasileira – o candidato Jilmar Tatto não chegou ao segundo turno.
Campanhas
Covas atribuiu o crescimento nos levantamentos ao fato de a sua campanha ter tratado sobre temas da cidade: “Esta tem sido a estratégia desde o início. A população quer saber de remédio, vaga em creche, geração de emprego. É isso que surte efeito. A cidade não quer saber de terceiro turno da eleição presidencial de 2018 ou antecipação de 2022″.
Boulos, por sua vez, apostou na estratégia de criticar o “Bolsodoria”, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador de São Paulo, João Doria, aliados na eleição presidencial de 2018 mas que romperam politicamente no ano passado.
Embora Boulos não tenha falado publicamente sobre o voto útil de esquerda, notadamente o do PT, ele salientou reiteradas vezes que a sua candidatura tinha maiores condições de representar o campo progressista no segundo turno. “A cidade de São Paulo não pode ser um “puxadinho do Palácio do Planalto ou do Palácio dos Bandeirantes”, ironizou em recente entrevista.
Independentemente do resultado da eleição, os índices de intenção de voto das últimas pesquisas comprovam que Boulos conseguiu, aos olhos de uma parcela da população paulistana, suavizar uma imagem: a de radical, que o acompanhava desde que passou a liderar invasões.
Ele não poderá votar neste domingo, já que no final da semana recebeu teste positivo para coronavírus e precisa cumprir período de quarentena.