O Congresso Nacional retomará os trabalhos na próxima semana e no dia 1º de fevereiro serão eleitos os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Atuais presidentes, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) vão tentar se reeleger.
As articulações envolvendo apoio de partidos a candidatos a presidente da Câmara e do Senado costumam envolver, por exemplo: qual partido ocupará cada cargo na Mesa Diretora (vice-presidência e secretarias); comando de comissões temáticas (Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Relações Exteriores e Conselho de Ética, por exemplo).
Câmara
Na Câmara, deputados dão como certa a reeleição de Lira – o outro candidato é o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
Um dos principais articuladores do grupo informal de partidos conhecido como Centrão, Arthur Lira tem feito uma série de reuniões em busca de apoio para se reeleger.
Lira, por exemplo:
– fez um jantar que reuniu deputados dos mais variados espectros políticos, entre os quais Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Ricardo Salles (PL-SP), Érika Hilton (PSOL-SP), Rosângela Moro (União Brasil-SP) e Maria do Rosário (PT-RS);
– articula com os partidos a criação de um bloco parlamentar que unirá o PT do presidente do Lula ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo MDB e União Brasil, por exemplo;
– tem feito reuniões com as bancadas estaduais na residência oficial da Câmara e ouvido as demandas dos parlamentares.
Senado
Assim como Lira, o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, buscará se reeleger. No entanto, diferentemente do cenário da Câmara, a avaliação de parlamentares é que a eleição no Senado será mais disputada.
Isso porque, enquanto Pacheco deverá contar majoritariamente com os votos de senadores da base de apoio do governo Lula e de partidos de centro, Rogério Marinho (PL-RN), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, deverá contar com os votos da oposição e também pode receber votos de parlamentares que, em tese, votariam em Pacheco.
Na sexta-feira (27), a bancada do PSD, partido de Pacheco, se reuniu para discutir o apoio ao atual presidente do Senado. Ao final do encontro, porém, a bancada não anunciou decisão e nenhum parlamentar gravou entrevista.
Além de Pacheco e Marinho, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também se anunciou como candidato a presidente. Girão atuou na chamada “tropa de choque” de Bolsonaro no Senado durante a CPI da Covid, defendendo a gestão do então governo durante a pandemia.