Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2024
O candidato de esquerda Yamandú Orsi, que recebeu o apoio do ex-presidente José “Pepe” Mujica, e o governista de centro-direita Álvaro Delgado disputarão o segundo turno no dia 24 de novembro para definir o próximo presidente do Uruguai. Segundo os resultados oficiais, com mais de 99% das urnas apuradas, Orsi obteve 43,9% dos votos, contra 26,7% de Delgado, anunciou a Corte Eleitoral na madrugada dessa segunda-feira (28).
Orsi liderou as pesquisas durante toda a campanha eleitoral e esperava conseguir superar os 50% dos votos para se tornar o novo presidente sem precisar ir ao segundo turno, no dia 24. No entanto, ele chega como favorito e comemorou o fato de seu partido, Frente Ampla, ter recebido a maior votação na eleição presidencial. “Vamos para nosso último esforço, mais em pé do que nunca”, disse após a divulgação de projeções.
A Frente Ampla perdeu a presidência em 2020, após três mandatos, um deles com Mujica (2010-2015). Delgado enalteceu a coalizão de direita que representa. “Amanhã (hoje) vamos nos reunir e planejar a campanha rumo ao 2.º turno”, afirmou.
O presidente Luis Lacalle Pou, com aprovação de 50%, segundo a Equipos Consultores, acima de seus pares sul-americanos, aposta no herdeiro político para manter a centro-direita no poder. “Hoje (ontem) o governo começa mudar de alguma maneira”, disse Lacalle Pou ao votar.
Em terceiro na corrida eleitoral ficou o midiático advogado Andrés Ojeda, do Partido Colorado, que se apresentou como alternativa à direita de Delgado. Ele comemorou o fato de seu partido sair com mais força do que entrou na disputa.
Pepe Mujica
Um dos primeiros a votar, Mujica, de 89 anos, se recupera de problemas derivados de um câncer de esôfago. “Talvez seja o meu último voto”, disse, em uma cadeira de rodas. Para ele, que foi muito ativo na campanha de Orsi, a segurança pública e o crescimento econômico são os principais desafios do próximo governo.
A segurança pública é o tema que mais preocupa a população do país, que tem 3,4 milhões de habitantes, é predominantemente agrícola, com elevada renda per capita e baixos níveis de pobreza e desigualdade comparado aos vizinhos sul-americanos, mas que enfrenta um aumento da violência.
Nenhum dos dois plebiscitos votados ontem foi aprovado. O promovido pela central sindical única PitCNT com o apoio de setores da Frente Ampla propunha reduzir a idade mínima de aposentadoria de 65 para 60 anos e proibir a previdência privada. O outro, promovido por candidatos governistas, pretendia autorizar operações policiais nas residências durante a noite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.