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Eleições nos Estados Unidos: começa a votação pelo correio

Envio das cédulas para votação começou pelo Estado do Alabama. (Foto: Freepik)

O ex-presidente Donald Trump disse que não participará de outro debate com a vice-presidente Kamala Harris, eliminando a possibilidade de um segundo encontro entre os dois candidatos antes do dia da eleição, em 5 de novembro. Enquanto isso, o país deu início ao processo de votação, com o envio de cédulas para voto pelo correio no Estado do Alabama, o primeiro a fazê-lo. Na próxima semana, começa a votação antecipada presencial em alguns Estados, incluindo a Pensilvânia, um dos mais competitivos nesta eleição.

Ambos os candidatos continuarão percorrendo os locais mais determinantes nos próximos dias. A partir de agora, porém, ficará cada vez mais difícil mudar a cabeça dos eleitores.

O Alabama começou a enviar as cédulas para que as pessoas comecem a votar a distância. O Estado tem limitações rígidas sobre quem tem permissão para depositar seu voto pelo correio – uma parcela pequena de seus eleitores –, mas o envio é um marco importante por inaugurar a fase da votação.

Mais Estados enviarão cédulas pelo correio em breve, incluindo Carolina do Norte, um Estado-chave que já deveria ter iniciado esse processo, mas precisou adiá-lo após uma ordem judicial exigindo que as autoridades locais removessem o nome de Robert F. Kennedy Jr. (RFK) das cédulas. RFK, que concorria como independente, deixou a disputa em 23 de agosto e anunciou apoio a Trump. A Carolina do Norte precisou reimprimir milhões de cédulas de votação.

Na próxima semana, terá início a votação antecipada presencial em lugares como Pensilvânia e Virgínia. Espera-se que milhões de eleitores votem antes do dia da eleição, ainda que não seja possível estimar quantos.

Em 2020, a maioria dos eleitores optou pelo voto a distância por causa da pandemia de covid. A porcentagem deve ser menor neste ano porque em muitos Estados liderados por republicanos promulgaram novas restrições ao voto pelo correio. Na eleição de meio de mandato, em 2022, 37% votaram pelo correio.

Movimento

Regras que dificultam o envio de cédulas por carta, segundo críticos, são parte de uma campanha jurídica nacional que o Partido Republicano trava desde 2020 para tentar deslegitimar votos pelo correio. Os republicanos dizem que os processos têm o objetivo de fazer a lei ser aplicada ao pé da letra. Detratores, porém, veem neles uma estratégia que não tem a ver com a integridade eleitoral, mas com a desqualificação do voto de eleitores que, em sua maioria, apoiam democratas.

Na Pensilvânia, por exemplo, republicanos tentaram e não conseguiram invalidar na Justiça uma cédula enviada pelo correio só porque o eleitor esqueceu de colocar a data no envelope. Os republicanos estão agora pressionando a Suprema Corte do Estado para reverter a decisão. “É uma medida que não serve a nenhum propósito para nossas operações”, disse Forrest Lehman, diretor de eleições no Condado de Lycoming.

Em outro caso, na Geórgia, os republicanos lutam para que as cédulas sejam rejeitadas caso os eleitores não escrevam corretamente sua data de nascimento no envelope externo.

As regras para votação pelo correio se tornaram uma questão importante na última eleição presidencial. Trump e seus aliados lançaram dúvidas sobre a integridade do processo. Em alguns casos, seus advogados alegaram sem fundamento que houve fraude generalizada, o que teria causado a derrota do republicano.

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