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Opinião Eleições nos Estados Unidos: populismo econômico aproxima as campanhas de Donald Trump e Kamala Harris

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Donald Trump e Kamala Harris estão na corrida pela Casa Branca. (Foto: Reprodução)

Na campanha eleitoral americana, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump têm demonstrado algo em comum: propostas econômicas populistas, segundo as quais é possível gastar mais, cortar impostos e proteger empregos com tarifas sem nenhum impacto no déficit público, na inflação ou no crescimento. “Com Trump e Harris nas eleições, o populismo econômico não perderá em novembro”, diz a conservadora National Review. Para a liberal The Economist, ambos prometem uma “utopia sem compensações”.

Kamala demorou a apresentar um programa de governo. Do documento de 82 páginas enfim produzido, é possível depreender algumas ideias de sua agenda econômica. Ela se compromete a expandir subsídios para moradia – US$ 25 mil de entrada na primeira compra de imóvel –, para idosos e crianças – US$ 6 mil por ano para recém-nascidos – e para expansão da indústria. Defende uma agenda protecionista voltada à transição energética. Também fala em instituir uma “economia de oportunidades”, com US$ 50 mil em crédito para startups. E quer aprofundar a política econômica de Joe Biden, com impostos maiores sobre ganhos de capital, corporações e fortunas. Ela copiou de Trump a ideia demagógica de acabar com o imposto sobre gorjetas, sugerida por uma garçonete em Las Vegas. Também diz que manterá a tarifa instituída no governo Trump sobre as importações da China.

Com base nas tarifas, Trump promete o “renascimento industrial” dos Estados Unidos, tomando empregos de outros países. A bandeira protecionista – outrora exclusividade democrata – foi abraçada com fervor pelo Partido Republicano trumpista. Trump fala numa tarifa de 60% sobre produtos chineses e de 100% sobre a importação de carros montados no México – dando de ombros para o acordo de livre-comércio em vigor com mexicanos e canadenses. Entre seus planos, está a criação do cargo de “embaixador da indústria”, para convencer empresas estrangeiras a transferir suas linhas de produção aos Estados Unidos. A única ideia que parece restar do partido de Ronald Reagan são os cortes de impostos para cidadãos e empresas (fala-se numa alíquota corporativa de 15%).

A entidade não partidária Tax Foundation estima que os planos de Trump custariam US$ 1,3 trilhão na próxima década. Outros analistas avaliam o impacto em US$ 4 trilhões, a depender da guerra comercial atiçada pelas medidas protecionistas. Os custos seriam sem dúvida maiores que os ganhos obtidos com as novas tarifas.

Nem Kamala nem Trump manifestam a menor preocupação com o preço de suas políticas. Competem para se mostrar magnânimos na distribuição de cortes de impostos, subsídios e tarifas para proteger empregos e a indústria. Mas ninguém menciona a escalada da dívida pública, a piora da produtividade econômica com a proteção da indústria local ou o empobrecimento da população que tudo isso acarreta – problemas cujas consequências o brasileiro conhece muito bem. As informações são do jornal O Globo.

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