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Eleições nos Estados Unidos: Trump fica por mais de 30 minutos ouvindo sua playlist de campanha durante evento na Pensilvânia

O ex-presidente Donald Trump protagonizou a cena inusitada durante um evento de campanha em Oaks, na Pensilvânia. (Foto: Reprodução)

Faltando cerca de duas semanas para a eleição nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump protagonizou uma cena inusitada durante um evento de campanha em Oaks, na Pensilvânia, na segunda-feira (14): ficou mais de meia hora escutando (e dançando, por vezes) sua lista preferida de músicas. O momento rendeu um post irônico nas redes sociais por parte da rival nas urnas, a vice-presidente e atual candidata democrata Kamala Harris: “Espero que ele esteja bem”.

A mudança no foco do evento ocorreu após dois apoiadores precisarem de atendimento médico em casos separados. Trump disse que as duas pessoas estavam bem e, em tom de brincadeira, perguntou se “mais alguém gostaria de desmaiar”. Mas não conseguiu voltar aos trilhos: “Sabe o que poderíamos fazer? […] Vamos transformar isso em um festival de música.”

O magnata então mostrou um gráfico sobre imigração que exibe em quase todos os comícios e pediu para tocar “Ave Maria”, que havia tocado minutos antes, enquanto o primeiro apoiador era atendido. No fim da música, Trump falou “não vamos mais fazer perguntas, vamos apenas ouvir música”.

“Quem diabos quer ouvir perguntas, certo?”, perguntou à plateia, que aplaudiu em aprovação.

O presidente tocou uma ópera, falou rapidamente como se estivesse concluindo, e pediu que tocasse “YMCA”, do Village People, de 1978, antes de irem embora. Durante anos, o ex-presidente fez de uma dança breve e irregular sua assinatura no final dos comícios, quase sempre ao som da música.

Ao perceber que a plateia continuou, Trump disse “ninguém vai embora, o que está acontecendo?”. E assim foi: por mais de meia hora, a lista de reprodução de Trump tocou enquanto o candidato permanecia no palco ouvindo, dançando lentamente e eventualmente apontando para alguns apoiadores.

Além de Ave Maria, tocou também “November Rain”, do Guns N’ Roses, a versão de “Hallelujah”, de Rufus Wainwright, e Elvis. O evento só terminou quando Tump deixou o palco.

A Pensilvânia é um importante estado-pêndulo (que não tem histórico recente de votação em determinada sigla), além de ser visto pelas campanhas como o campo de batalha mais importante desta eleição. Nesta terça-feira, Trump estava programado para discutir a economia em Chicago e realizar um comício na Geórgia, outro estado decisivo.

Ataque democrata

A campanha de Kamala, que começou a desafiar Trump de forma agressiva em relação à sua saúde e estabilidade mental, disse ainda na segunda que, durante o evento, Trump parecia “perdido, confuso e congelado no palco”. Com a desistência do presidente Joe Biden em tentar a reeleição, o republicano de 78 anos tornou-se a pessoa mais velha a ser indicada para uma candidatura presidencial.

“Espero que ele esteja bem”, postou a candidata democrata no X horas depois.

Kamala completa 60 anos neste domingo e, no último fim de semana, divulgou um relatório médico no qual o médico da Casa Branca a declarou “em excelente estado de saúde”, com “resiliência física e mental” para servir como presidente. A democrata desafiou o republicano a fazer o mesmo.

Trump, que foi alvo de duas tentativas de assassinato durante a campanha, não divulgou um relatório abrangente recente sobre seu estado de saúde, o que provocou críticas ferozes de Harris.

O ex-presidente, por sua vez, defendeu o evento, dizendo que foi “muito diferente”. “Foi incrível! As perguntas e respostas estavam quase terminando quando as pessoas começaram a desmaiar por causa da excitação e do calor”, publicou Trump em sua rede social Truth, acrescentando: “Começamos a tocar música enquanto esperávamos e continuamos. Tão diferente, mas acabou sendo uma GRANDE NOITE!”.

Em relação ao relatório médico, disse: “Com todos os problemas que ela tem, há uma dúvida real sobre se ela deve ou não concorrer à Presidência! MEU RELATÓRIO É PERFEITO – SEM PROBLEMAS!!!”.

O porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, declarou que “algo muito especial” havia acontecido entre o bilionário e a multidão. As informações são dos jornais O Globo e The New York Times e da agência de notícias AFP.

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