O presidente Joe Biden planejava permanecer na corrida presidencial de 2024 até a noite de sábado (20), mas informou sua equipe sênior na tarde desse domingo (21), que estava se retirando da disputa, disse uma fonte familiarizada com o assunto.
No sábado à noite, a mensagem foi “prossiga com tudo, a toda velocidade”, disse a fonte à Reuters, falando sob condição de anonimato. “Por volta das 13h45 de hoje o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia.”
Na última sexta-feira (19), a chefe da campanha de Biden havia reforçado que, mesmo com o presidente democrata enfrentando crescentes apelos para deixar a disputa, ele voltaria à campanha nesta semana.
“Ele está absolutamente envolvido”, afirmou a chefe da campanha de Biden, Jen O’Malley Dillon, em entrevista à MSNBC, apesar de várias autoridades democratas terem dito à Reuters na sexta que os próximos eventos de campanha de Biden haviam sido cancelados.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de encerrar sua campanha de reeleição no domingo veio após uma série de erros estratégicos cometidos por sua equipe de campanha e assessores da Casa Branca que ampliaram as preocupações de que o presidente de 81 anos não seria capaz de vencer as eleições de novembro ou governar o país por mais quatro anos.
O desempenho pífio de Biden no debate presidencial de 27 de junho contra o candidato republicano Donald Trump fez com que até mesmo alguns de seus aliados mais próximos questionassem se ele conseguiria suportar uma campanha completa e adicionou gasolina a um movimento ardente do Partido Democrata que questionava seu segundo mandato.
Em poucos dias, Biden passou de figura de proa do partido a um peso. Ele se tornou o primeiro presidente em exercício a se afastar de uma possível reeleição desde Lyndon B. Johnson em 1968.
Pressão republicana
Líder republicano na Câmara, Mike Johnson alegou sem provas que Biden foi “forçado” a sair da disputa —e que deveria renunciar ao cargo “imediatamente”.
“Se Joe Biden não está apto para concorrer à presidência, ele não está apto para servir como presidente. Ele deve renunciar ao cargo imediatamente. O dia 5 de novembro não pode chegar em breve”, escreveu Johnson nas suas redes sociais.
O deputado republicano ainda criticou o Partido Democrata por forçar a desistência da candidatura do atual presidente. “O Partido Democrata forçou o candidato democrata a sair das urnas, pouco mais de 100 dias antes da eleição. Tendo invalidado os votos de mais de 14 milhões de americanos que escolheram Joe Biden para ser o candidato democrata à presidência, o autoproclamado ‘partido da democracia’ provou exatamente o contrário”, disse.
O mesmo foi dito pelo senador do Missouri, o republicano Josh Hawley, que acusou sem provas os democratas de “fraudar suas próprias eleições” e reafirmou que, se Biden “não consegue conduzir uma mera campanha política, não pode ser presidente”. “Renuncie ao seu cargo”, escreveu.