O CEO da Tesla, Elon Musk, superou o magnata do luxo Bernard Arnault nesta quarta-feira (31), depois que as ações da LVMH de Arnault caíram 2,6% nas negociações de Paris. Musk e o francês de 74 anos estão disputando o primeiro lugar este ano no Bloomberg Billionaires Index, uma lista das 500 pessoas mais ricas do mundo.
Arnault ultrapassou Musk pela primeira vez em dezembro, quando o setor de tecnologia enfrentou dificuldades e o de luxo mostrou resistência diante da inflação. A LVMH, fundada por Arnault, é proprietária de marcas como Louis Vuitton, Fendi e Hennessy.
A fé no dinamismo do setor de luxo está começando a desaparecer em meio a sinais crescentes de desaceleração do crescimento econômico, especialmente no mercado crítico da China. As ações da LVMH caíram cerca de 10% desde abril, chegando a eliminar US$ 11 bilhões do patrimônio líquido de Arnault em um único dia.
Musk, por sua vez, ganhou mais de US$ 55,3 bilhões este ano, em grande parte devido à Tesla. A montadora com sede em Austin – que representa 71% de sua fortuna – subiu 66% no acumulado do ano. A fortuna de Musk está agora avaliada em cerca de US$ 192,3 bilhões, segundo o índice, enquanto a de Arnault é de cerca de US$ 186,6 bilhões.
Twitter desvaloriza
Talvez Musk tenha feito uma compra equivocada. Pouco mais de um ano após sinalizar o interesse pela rede social, o Twitter agora vale cerca de um terço do que o dono da Tesla pagou pela plataforma, segundo a agência de notícias Bloomberg, que creditou a informação à Fidelity, empresa que recentemente reduziu o valor de sua participação nas ações da rede social.
Musk pagou US$ 44 bilhões pelo Twitter e concluiu o negócio em outubro do ano passado. Em março deste ano, o bilionário afirmou que avaliava a empresa em US$ 20 bi, menos da metade do valor da compra da rede social, de acordo com um e-mail analisado pelo The Wall Street Journal. O investimento de Musk no Twitter, porém, agora vale apenas de 33% do valor pago, algo em torno de US$ 15 bilhões. No entanto, segundo a reportagem da Bloomberg, não há detalhes de como a Fidelity chegou ao novo valor da avaliação ou se ela tem alguma informação privada da empresa.
Essa não foi a primeira redução no valor de participação da Fidelity no Twitter, segundo a reportagem. Em novembro do último ano, o valor foi reduzido para 44% do preço da compra, seguido por novas reduções em dezembro e fevereiro.
Em março, na época em que avaliou a empresa em US$ 20 bi, Musk disse estar otimista sobre o futuro da empresa. “Vejo um caminho claro, mas difícil, para uma avaliação de mais de US$ 250 bilhões”, disse em nota enviada para a equipe.
O Twitter tem passado por grandes mudanças desde a aquisição de Musk – muitas delas não agradaram o mercado ou os usuários. Segundo a Bloomberg, a rede social tem enfrentado dificuldades financeiras sob o comando do bilionário: houve uma queda de 50% na receita de publicidade. A tentativa de gerar receita por meio do Twitter Blue não gerou resultados satisfatórios até o momento, e no final de março, menos de 1% dos usuários mensais haviam se cadastrado para a assinatura, segundo a reportagem. No início de maio, Musk anunciou Linda Yaccarino, executiva da NBCUniversal, como a nova CEO da plataforma.