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Elton John coloca à venda em leilão 900 obras de arte e peças de seu acervo

Botas plataforma de couro prateado de 1971, com as letras E e J de couro vermelho, entre US$ 5.000 e US$ 10.000. (Foto: Reprodução)

Prestes a completar 77 anos (em março), o cantor e compositor inglês Elton John está em uma fase minimalista: a antiga residência de cobertura do astro em Atlanta (EUA) foi esvaziada para uma série de leilões na Christie’s a partir de 21 de fevereiro. Espera-se que os itens rendam cerca de US$ 10 milhões.

Quer o piano de cauda Yamaha onde o Rocketman compôs seu espetáculo da Broadway “Billy Elliot”? Sai o triplo do preço de modelos semelhantes vendidos on-line: US$ 50 mil. E o objeto mais caro, uma pintura de Banksy de 2017 de um homem mascarado atirando um buquê de flores, obtida diretamente do artista anônimo, deve ser vendida por quase US$ 1,5 milhão.

Procurado, John se recusou a comentar o leilão, alegando “conflitos de agenda”. Mas o marido e empresário do cantor, David Furnish, falou sobre a venda.

“Com o passar do tempo, as paredes ficaram mais cheias”, disse Furnish. “Elton não guardava suas coisas; ele as comprava para viver com sua arte. A venda da residência de Atlanta deu ao casal a oportunidade de selecionar sua coleção de arte e objetos pessoais, que inclui os famosos óculos de sol do cantor, botas prateadas de plataforma e um de seus primeiros conjuntos de roupas de palco.”

Vale lembrar que o duplex na Peachtree Road simbolizou um ponto de virada para o cantor britânico: ele comprou a residência de dois andares na década de 1990 como refúgio para se manter sóbrio. As paredes logo foram preenchidas com dezenas de fotografias — parte de uma extensa coleção de imagens de mestres modernos que exibida na Tate Modern, em Londres, e no High Museum of Art, em Atlanta.

“Lembro-me de que havia ocasiões em que ele ia a leilões e ficava genuinamente frustrado quando não conseguia adquirir algo”, disse Ned Rifkin, que foi curador da exposição do High Museum.

É a primeira vez que uma seleção importante da coleção de John é oferecida ao público desde a venda de itens de sua casa em Londres pela Sotheby’s em 2003 (que rendeu US$ 1,67 milhão). Em 1988, outro leilão da Sotheby’s em Londres apresentou uma miscelânea de obras de arte e curiosidades, que ia desde a uma pintura de René Magritte de um peixe azul envolto em pérolas a um simples penico.

Furnish disse que um dos motivos do leilão é que ele e John começaram a pensar na aposentadoria do cantor. O pianista já se afastou das grandes turnês para passar mais tempo com seus filhos, Elijah e Zachary.

— No futuro, podem surgir mais vendas, presentes para instituições e para amigos. — disse Furnish. — Um dos motivos pelos quais conseguimos construir essa coleção é que os artistas sabiam que, quando vendiam para nós, seu trabalho estava indo para um lar.

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