Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2023
Os sauditas do Al-Hilal anunciaram a contratação do atacante por duas temporadas.
Foto: Divulgação/Al-HilalOs desdobramentos da transferência de Neymar para o Al-Hilal, da Arábia Saudita, colocou o futuro da carreira do craque de 31 anos em debate. Muitos argumentam que ele ainda tem mercado na Europa. Outros tantos entendem que, por estar numa descendente, o jogador deveria ir para o clube saudita com o intuito de fazer um “pé de meia”.
O que é certo mesmo é que Neymar interrompeu uma passagem de uma década no Velho Continente, aonde o brasileiro chegou cercado de expectativas, pelo seu início empolgante no Santos e na Seleção Brasileira, e de onde sai com muitos gols e títulos.
Se esse ciclo será retomado, só o tempo dirá. Com um contrato de duas temporadas assinado com os árabes, em tese o atacante poderia voltar para a Europa aos 33 anos. Mesmo que isso não ocorra, ele já construiu uma trajetória vitoriosa por lá.
Na comparação com outros brasileiros que desembarcaram no continente neste século também cercados de expectativas, o agora camisa 10 do Al-Hilal se sobressai com sobras.
Em 359 partidas por Barcelona-ESP e Paris Saint-Germain-FRA, Neymar se destaca tanto no total de gols (223) quanto na média (0,62 por jogo) e em assistências (131).
Quem mais se aproxima dele no primeiro quesito é Ronaldinho Gaúcho, que balançou as redes 145 vezes também pela dupla Barça e PSG e pelo Milan-ITA. Mas tendo participado de mais jogos: 375.
Na média de gols, Adriano é quem tem o melhor número depois de Neymar. O Imperador marcou 107 vezes em 245 duelos pelos italianos Inter de Milão, Fiorentina, Parma e Roma, o que lhe dá uma marca de 0,43.
Já no quesito assistência, Kaká, ex-São Paulo, é quem vem logo atrás de Neymar. O meia, que foi considerado o melhor do mundo em 2007, derrotando à época Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, ofereceu 120 passes para gols em suas passagens por Milan e Real Madrid-ESP.
No quesito taças, foram 14 títulos relevantes nos clubes europeus. É mais que o dobro dos seis erguidos por Adriano, o segundo nesse quesito.
Só que, desses 14 de Neymar, oito foram conquistados no PSG. E um dos principais questionamentos que acompanharam o atacante nos últimos anos foi justamente sobre sua escolha por jogar na França. Por lá, o campeonato tem pouca concorrência ao clube parisiense e, isto evidencia um problema de baixa competitividade interna.
Essa questão ainda ajuda a entender por que as tantas conquistas de Neymar nunca se refletiram nas principais premiações individuais.
Ele conseguiu figurar duas vezes na seleção do ano da Fifa (em 2015 e 2017). No entanto, chegou à Europa tido como aquele que faria o Brasil voltar a ter um atleta masculino eleito o melhor do mundo, o que não acontecia desde a eleição de Kaká.
Isso, até o momento, não ocorreu. O mais perto que Neymar esteve disso foi o terceiro lugar, obtido nos mesmos anos em que entrou para o time ideal da entidade.
Neymar no Al-Hilal
Os sauditas anunciaram a contratação do atacante por duas temporadas. De acordo com o jornal francês L’Équipe, o PSG vai receber cerca de 90 milhões de euros (quase R$ 500 milhões) pela transferência, enquanto o jogador terá um salário de aproximadamente 160 milhões de euros (R$ 870 milhões) pelos dois anos de contrato.
“O talento maravilhoso… que atrai a atenção de todos”, diz a publicação da conta oficial do Al-Hilal.
“Estou aqui na Arábia Saudita, eu sou Al-Hilal”, diz Neymar no anúncio.
O clube parisiense agradeceu ao brasileiro pelos anos de serviços prestados. Nasser Al-Khelaifi, presidente do Paris Saint-Germain, chamou o camisa 10 de “lenda”.
“É inevitavelmente difícil dizer adeus a uma lenda do clube, o que Neymar será eternamente. Nunca vou me esquecer do dia em que ele chegou ao Paris Saint-Germain, nem do que ele trouxe para o clube e para o nosso projeto nos últimos seis anos. Vivemos juntos momentos extraordinários e Neymar será sempre parte da nossa história. Gostaria de agradecer a ele e a sua família. Desejamos a Neymar o melhor para o seu futuro e na sua próxima aventura”, afirmou Al-Khelaifi, em nota publicada no site oficial do PSG.