Os investidores retiraram US$ 50,9 bilhões de aplicações financeiras no Brasil nos 12 meses encerrados em maio deste ano, informou nesta quarta-feira (24) o BC (Banco Central).
Os valores retirados do País englobam aplicações em ações, em fundos de investimentos e em títulos de renda fixa. As retiradas aconteceram em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem gerado saída de recursos de países emergentes para títulos de países desenvolvidos, como os Estados Unidos.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, essa retirada de recursos de aplicações financeiras do Brasil, nos últimos 12 meses, é a maior da série histórica, que começou em 1995.
“A gente tem, em um primeiro momento, uma redução do diferencial de juros entre o Brasil e o exterior [com a queda da taxa Selic para a mínima histórica], o que provoca saída de estrangeiros. Em uma situação de reformas e outros avanços institucionais, a gente poderia voltar a atrair esses investidores”, acrescentou.
Somente em maio, as retiradas somaram US$ 2,2 bilhões, com saídas líquidas de US$ 545 milhões em títulos de renda fixa e de US$ 1,6 bilhão em ações e fundos de investimento.
Nos cinco primeiros meses de 2020, houve saídas líquidas de US$ 33,6 bilhões de investimentos em “portfólio” negociados no mercado doméstico, na comparação com o ingresso líquido de US$ 9,7 bilhões no mesmo período do ano passado.