Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2020
O Ministério da Saúde confirmou nessa terça-feira (28) o registro de 5.017 óbitos por coronavírus. Com isso, após 42 dias da primeira morte registrada no País, o Brasil ultrapassou a China no número de óbitos causados pela Covid-19 – até agora, a nação asiática registrou 4.637 vítimas fatais.
De acordo com o balanço do ministério, o número de casos confirmados cresceu 8,1% nas últimas 24 horas, com 5.385 registros. Já a quantidade de óbitos subiu 10,4%, com 474 mortes notificadas de segunda (27) para terça.
A China confirmou o primeiro óbito pelo novo coronavírus no dia 11 de janeiro. Agora, foi ultrapassada pelo Brasil, que registrou oficialmente a primeira morte pela Covid-19, no dia 17 de março.
O dado mostra como o número de fatalidades no País está avançando significativamente mais rápido que na nação asiática, onde surgiu a nova doença.
Outra marca importante é que, na China, o número de casos e óbitos segue estável nas últimas semanas, um sinal de que o registro de coronavírus no país já tem a curva “achatada”, o que pode ser o primeiro passo para controlar a doença.
O Brasil, por sua vez, segue uma marcha acelerada de novos registros de infecções e mortes, com um índice crescente de diagnósticos, semelhante aos vistos nos Estados Unidos, Espanha e Itália, os três países com o maior número de casos confirmados até agora. Não há indícios de “achatamento” desta curva epidemiológica.
Mais de 3 milhões de casos de coronavírus já foram confirmados em todo o mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins. Com 1 milhão de casos, os EUA representam um terço dos diagnósticos registrados em escala global. Também foram registrados aproximadamente 215 mil óbitos pela doença.
Alta taxa de ocupação em UTIs
Mesmo após a abertura de novos leitos de terapia intensiva para o tratamento da Covid-19, Estados brasileiros permanecem com o sistema de saúde sob pressão por causa do avanço da doença causada pelo novo coronavírus.
Levantamento da Folha de S.Paulo aponta que, nos últimos dez dias, foram abertos pelo menos 776 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) nas redes estaduais para o tratamento da doença em 12 Estados e no Distrito Federal.
Mesmo ampliando o número de vagas, parte dos Estados ainda permanece em um patamar preocupante de ocupação dos leitos. Amazonas, Pará, Rio de Janeiro e Pernambuco estão com mais de 90% dos leitos ocupados. Já Ceará, Goiás, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Sul ultrapassam a barreira dos 60%. São Paulo registra 59,8%.
Em alguns casos, na prática, a situação é de colapso, já que os leitos disponíveis são a reserva técnica liberada por pacientes que morreram ou tiveram alta. No Amazonas e no Rio de Janeiro, há fila para conseguir uma vaga na UTI.