Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2022
O vídeo publicado por um usuário TikTok desencadeou um problema para o aeroporto de Heathrow, o maior do Reino Unido. Identificado como Wolfjenko, ele postou imagens nas quais aparece fingindo precisar de cadeira de rodas. Mas o homem usa o equipamento apenas para furar fila e embarcar mais rápido.
Parem de vender passagens: Um dos maiores aeroportos do mundo, Heathrow dá ordem radical a empresas aéreas
Desde a publicação do vídeo, a administração do aeroporto tem percebido um aumento de passageiros usando o mesmo artifício e, igualmente, sem qualquer necessidade.
Na postagem, de 21 de junho, Wolfjenko tira uma meia do pé e resume o que fará em seguida: “Fingi ter machucado a perna para poder passar mais depressa pela segurança e entrar no avião — diz o tiktoker que tem 7 mil seguidores e, ao todo, mais de 277,9 mil curtidas.
Pouco mais de um mês após a publicação, o vídeo sobre a cadeira de rodas tem 2,5 milhões de visualizações. E essa audiência vem preocupando a administração de Heathrow.
“Para passageiros que precisam de apoio em cadeira de rodas, temos mais demanda do que tínhamos antes da pandemia. Por que isso está acontecendo? Parte disso ocorre porque as pessoas estão usando o suporte para cadeira de rodas para tentar obter acesso rápido ao aeroporto. Isso é absolutamente a coisa errada a se fazer”, disse John Holland-Kaye, executivo-chefe do aeroporto, ao The Guardian.
Como cerca da metade dos passageiros solicitam assistência de locomoção quando chegam ao aeroporto, Holland-Kaye orienta as pessoas que “realmente precisam do serviço” a informarem com “bastante antecedência para que possamos garantir que haja pessoas suficientes para atender às suas necessidades”.
Os aeroportos da Europa tem enfrentado problemas de logística e estrutura durante este verão. Com Heathrow não foi diferente e no local houve atrasos, longas filas e malas espalhadas pelos corredores dos terminais de passageiros.
Caos aéreo
A Europa está enfrentando um verdadeiro caos aéreo nas últimas semanas, com centenas de voos cancelados ou atrasados, filas gigantescas, malas perdidas ou danificadas e problemas com conexões.
Durante a fase mais aguda da pandemia do novo coronavírus muitos aeroportos, especialmente do norte da Europa, demitiram boa parte de seus funcionários.
Mas hoje, com a volta do turismo após a reabertura das fronteiras, estão enfrentando um verdadeiro caos aéreo.
As companhias aéreas não estão conseguindo respeitar suas obrigações contratuais, tanto que até a CEO da companhia aérea portuguesa TAP, Christine Ourmières-Widener, chegou a enviar um email no começo de julho para os passageiros pedindo desculpa pelos complicações enfrentadas.
O aeroporto de Heatrow, em Londres, o maior da Europa, chegou a pedir para as companhias aéreas pararem de vender passagens, limitando o tráfego de passageiros a 100 mil por dia, para tentar minimizar a falta de pessoal.
Entretanto, esses problemas não são apenas “perrengues chiques”, mas sim verdadeiros casos de violações contratuais, já que as passagens aéreas são verdadeiros contratos, estipulados entre a companhia e o passageiro.
Na maioria desses casos, as companhias aéreas devem pagar uma indenização monetária para os passageiros que enfrentam essas dificuldades. Mas o passageiro deve apresentar uma reclamação formal para obter esses valores de volta.